Começamos o episódio vendo a Arya, ou melhor, o Arry que mal vimos no episódio anterior, seguindo a sugestão dada pelo nosso amigo Yoren no último episódio da primeira temporada e fazendo suas necessidades escondida dos futuros Patrulheiros. Logo de início vemos o Jaqen, até então muito bem interpretado pelo ator Tom Wlaschiha, com um jeito misterioso, modos polidos e fala mansa. Somos apresentados também ao Rorge (e ao nariz dele!) e o Dentadas, que não faz nada além de rosnar bizarramente no fundo da cela.
 
Legal ver também como o Yoren põe os Mantos Dourados, que estavam à procura do Gendry, para correr (Yoren é genial). E, como foi com Pedra do Dragão na estreia, vemos a habilidade dos produtores da série em transformar diferentes passagens do livro em uma única cena.
Depois vemos o Duende mais uma vez assobiando a sua música predileta, enquanto segue para os seus aposentos e se depara com Varys. Ele se sente ameaçado com a aproximação entre o eunuco e sua concubina, Shae. E é sempre um prazer ver o Dinklage atuando, ainda mais ao lado do Varys (Conleth Hill) e da Shae (Sibel Keikili), que sabe se fingir de inocente como ninguém. Daí vamos para Alton Lannister e a carta de Robb Stark. Percebemos os membros do Conselho se entreolharem quando a rainha dá uma pequena demonstração do sentimento “fraternal” que nutre pelo seu querido Jaime.

E daí para o norte, o verdadeiro norte, onde presenciamos um diálogo ente Sam, Grenn e Edd Doloroso (ainda não tão engraçado como deveria). A senhora porquinha então salva a selvagem Goiva, uma das esposas/filhas de Craster, do faminto – e enorme – Fantasma


Goiva revela estar grávida e pede para fugir com a Patrulha, mais uma vez nos deixando com o mistério que ronda os filhos homens do Craster, o que vai nos preparar para o final mais adiante.

Enquanto isso no Deserto Vermelho, Dany e seu khalasar, que já comeram todo o pão que o diabo amassou, agora morrem de fome e sede. O vislumbre do cavalo de Rakharo enche o coração da nossa khaleesi de esperanças, mas tudo o que ela encontra é a cabeça do pobre coitado enfiada em um dos alforjes. Sei que muitos reclamaram dessa morte, mas depois daquela cena de despedida no episódio anterior, acho que já era de se esperar. A morte dele foi interessante, pois além mostrar como a Daenerys está perdendo toda a sua força, seus guerreiros, ainda confirma que a nossa querida Doreah não vai passar dessa pra melhor (!). Além disso, é bom ver um pouco mais da brutalidade do povo dothraki.
E é do diálogo dothraki entre Daenerys e sua desolada aia, Irri, que possivelmente tiraram a referência para o nome do episódio: “The Night Lands” ou “as terras da noite”.
Voltamos para Westeros, mais precisamente para Pyke, e vemos uma cena de sexo envolvendo Theon e uma desconhecida, onde eles já aproveitam para introduzir toda a cultura das Ilhas de Ferro com relação a esposas de sal e toda a expectativa do Theon em estar retornando para a sua terra natal.
Mais cenas de sexo, nenhuma delas envolvendo a Ros, que já está batendo o recorde de dois episódios seguidos sem tirar a roupa, e aparece chorando nos ombros do solidário Mindinho, lamentando a morte da pequena bastarda do Rei Robert. Essa cena serve como uma espécie de introdução para a cena seguinte, que gira em torno do mesmo massacre.
E então uma das melhores cenas do episódio em minha opinião, que é o diálogo entre o Tyrion e Janos Slynt. O Duende o confronta com suas atitudes duvidosas a cerca da traição de Ned Stark e da morte dos bastardos e por fim decide enviá-lo para a Muralha, atendendo ao pedido do Velho Urso por mais homens e nomeando Bronn (?) como o novo comandante da Patrulha da Cidade. O escudeiro Podrick também faz sua primeira aparição nessa cena, embora passe completamente despercebido.
De volta à Estrada do Rei, vemos Lommy e Torta Quente (patéticos, engraçados e fiéis aos livros) e vemos Arya, revelando previamente o seu segredo para o Gendry.
Em Pyke, Theon reencontra sua irmã Asha/Yara. Se você como eu imaginou uma nórdica obstinada e de seios fartos, certamente ficou decepcionado ao ver Gemma Whelan e sua cara de menina (uma menina não muito bonita, diga-se de passagem). Mas depois de vê-la atuar, achei que esse jeito truculento que ela impôs à personagem talvez fosse a causa de uma mulher ser respeitada e admirada como capitã em um lugar tão cinza e dominado por homens como as Ilhas de Ferro.
Nada para reclamar sobre Balon Greyjoy. Patrick Malahide esteve excelente e o reencontro dele com o filho foi memorável.
E devo discordar de grande parte das pessoas que acham que os atores que interpretam Stannis e Davos deveriam ser trocados. Liam Cunningham me parece extremamente honesto e simplório, e a expressão do Stephen Dillane como Stannis é excelente! Ver ele e a Carice (Melisandre) naquela cena foi genial. Algo que ficou implícito, mas que esteve sim presente nos livros.

Outra grande surpresa desse arco foi o Salladhor Saan do Lucian Msamati. O personagem realmente ficou muito melhor do que eu esperava!

“O único Deus verdadeiro é aquele está entre as pernas de uma mulher.  Melhor ainda se forem as pernas da rainha.”
O diálogo entre Tyrion e Cersei é mais pesado dessa vez, dá pra perceber como ela realmente odeia o irmão, e culpá-lo pela morte da mãe deles é uma atitude realmente muito digna da Rainha Regente. Muito boas as atuações de ambos.
No gran finale temos Jon Snow, que parece estar sempre no lugar certo e na hora certa (ou não) e corre atrás do Craster, que entrega um de seus filhos homens para o que parece ser um Outro na floresta sombria. Uma cena que eu não me lembro de ter visto no Fúria, mas que nos deixa cheios de expectativas para a semana que vem.
Enfim, o episódio foi muito bom, com boas cenas de humor, sem dúvidas melhor do que o primeiro (também dirigido pelo Alan Taylor), embora menos fiel ao livro, o que pode não ter agradado alguns leitores. Foi um pouco corrido, sim, mas isso é natural tendo em vista que são apenas 10 episódios para adaptar quase 700 páginas, mas é bom ver que estão evoluindo! Tenho certeza que o episódio da semana que vem será muito melhor, ou ao menos é o que eu espero.