Cara-Malhada é o bobo de Shireen Baratheon e um dos personagens que sempre diz pequenas preciosidades ao longos dos livros mas que ninguém leva a sério. Até porque, ninguém costuma levar um bobo a sério. Sobre sua história, sabemos que ele foi um escravo em Volantis, e era um garoto inteligente. Sua liberdade foi comprada por Lorde Steffon Baratheon, que se impressionou e tinha intenção de levá-lo a Ponta Tempestade. Na viagem de volta das Cidades Livres, seu navio afundou muito próximo de seu castelo, sendo esmagado contra as rochas da Baía dos Naufrágios, matando todos a bordo, exceto Cara-Malhada, que apareceu nas margens das Terras da Tempestade três dias depois. Somos apresentados a esse personagem tão caricato e misterioso pela primeira vez em A Fúria dos Reis e já ficamos com aquela sensação esquisita por não saber ao certo o que poderia ter acontecido com ele em seu acidente. O personagem, que parece não ter espaço dentro da série da HBO, é um dos elementos mais proféticos e curiosos dos livros. Através dos povs de Davos e Jon, podemos ver que Cara-Malhada sabia de muita coisa que estava pra acontecer. Algumas coisas são tão enigmáticas e assustadoras que podem carregar muitos significados:
“Debaixo do mar, as aves têm escamas no lugar de penas. Eu sei. Eu sei, ei, ei, ei.”
“É sempre verão debaixo do mar. As sereias casadas usam enfeites no cabelo e cosem vestidos de algas prateadas. Eu sei, eu sei, ei, ei, ei”.
“Ave esperta, homem esperto, bobo esperto, esperto (…) Oh, bobo esperto, esperto, esperto.”
“As sombras vêm dançar, senhor, dançar, senhor, dançar, senhor (…) As sombras vêm ficar, senhor, ficar, senhor, ficar, senhor.”
“Debaixo do mar, a fumaça sobe em bolhas e as chamas ardem verdes, azuis e pretas. Eu sei, eu sei, ei, ei, ei”.
Em A Tormenta de Espadas, antes de Davos ser preso por Sor Axell Florent (Davos II pág 105), ele fala:
“Sangue de bobo, sangue de rei, sangue na coxa da donzela, mas para os convidados e noivo, correntes, lá, lá, lá.”
“Debaixo do mar, o peixe velho come o peixe novo. Eu sei, eu sei, ei, ei, ei.”
Em Jon IX, quando Jon recebe a rainha em Castelo Negro, todos conhecen Wun Wun e Jon pensa em Ygritte:
“Na escuridão a morte está dançando”
“Embaixo do mar o tritão se banqueteia com uma sopa de estrelas-do-mar, e todos os serventes são caranguejos (..) Eu sei, eu sei, oh, oh, oh.“
“Essa criatura é perigosa. Muitas vezes o vislumbrei em minhas chamas. Algumas vezes há crânios em torno dele e os lábios estão vermelhos de sangue “.
“Sob o mar, os corvos são brancos como a neve, eu sei, eu sei, oh, oh, oh.”
“Vamos, vamos. Venha comigo para o fundo do mar, vamos, vamos.”
“Eu lidero! Marcharemos para o mar e para fora novamente. Sob as ondas, montaremos em cavalos-marinhos e sereias soprarão conchas para anunciar nossa chegada, oh, oh, oh”