Enfim, como muitos já esperavam “Valar
Dohaeris” – dirigido por Daniel Minahan e escrito por David e Dan – começa com os sons da batalha entre os Caminhantes e a Patrulha se
desenrolando. Mas infelizmente, a batalha foi tão curta que quando a tela esclarece,
ela já terminou. Embora a sequência seguinte, envolvendo o Samwell, o Fantasma
e a criatura, tenha sido muito bem executada, certamente foi um balde de água
gelada na cabeça de muitos dos telespectadores que esperavam ver uma
continuação pra cena espetacular que vimos no season finale do ano passado. Apesar de o Lorde Comandante Mormont
ter tacado fogo no morto-vivo que atacou o Sam, a cena inicial da temporada
foi, literalmente, fria.
A parte que a HBO não pôde mostrar (Por: Azad Injejikian) |
Vocês lembram que o Fantasma se
separou do Jon Snow no sexto episódio da segunda temporada, certo? Pois é, aí
está ele…
Yep. |
Em minha opinião, toda a
caracterização dos selvagens foi perfeita. As peles com que eles se vestem –
semelhantes às usadas pelos inuítes (esquimós) –, as tendas… E essa cena fez muito bem em nos mostrar tudo
isso à medida que Snow é levado através do acampamento ao invés de focar apenas
no diálogo muito bem escrito dele com a Ygritte. E o modo como a atriz Rose Leslie interpreta seu papel é sensacional. Ela de fato não se parece nada com uma selvagem, mas certamente atua como uma! No bom sentido, é claro.
A palavra “esquimó”, criada pelos brancos, tem sua origem na língua dos índios Cree e significa “comedor de carne crua”. Mas eles chamam a si próprios de Inuits, que significa “gente”. Acho que isso se parece muito com os conceitos de “selvagem” e “povo livre” empregados na série. (Fonte) |
Algum de vocês “não-leitores” também acreditou que o Tormund fosse o Mance? A cena pra mim foi tão convincente que acho
que, se eu já não soubesse que aquele não era o Mance, eu certamente ficaria na
dúvida. E realmente, Kristofer Hivju parece-se muito mais com um rei selvagem
do que Ciarán Hinds, não? Mesmo assim, ambos se saíram bem na cena, e aposto
que eles nos surpreenderão ainda mais no decorrer dos episódios. Ótimos
atores… É até um pecado eles terem que dividir o tempo deles em cena com alguém tão ruim como o Kit Harington. O diálogo aqui também foi bom e se desenrolou com bastante
naturalidade – e um pouco de tensão nos momentos apropriados – apesar de ter sido bastante curto. A referência dada pelo Jon como desculpa para se juntar ao bando é do final do episódio 2×02 “The Night Lands”, onde ele vê o Craster entregar um de seus filhos a um Outro. Mas todos sabemos que ele está ali como um espião a pedido do Qhorin, que se sacrificou pra que o rapaz pudesse ganhar a confiança do Rayder… Bem, parece que ele ganhou… Parece…
Esse ano não demorou muito pra
que a HBO nos mostrasse o que ela mais gosta de mostrar… Cenas de sexo. Mas
sejamos razoáveis, essa cena não teve nada da pornografia exagerada da qual
muitos dos expectadores reclamam quando assistem a série. A cena foi até um
pouco cômica, ou ao menos teve essa intenção quando mostra o Bronn sendo infelizmente interrompido na melhor parte pelo
chamado do seu mestre trazido por Podrick, que só nesse episódio teve mais
falas do que na segunda temporada inteira.
A caracterização do Davos quando ele finalmente reaparece é impressionante. Com queimaduras demais, provenientes do fogovivo, e dedos de menos, ele logo de cara avista um barco que por acaso é o do seu velho amigo, Salladhor Saan, muito bem interpretado pelo inglês Lucian Msamati. É… Parece que o saquinho de ossos realmente não influenciava em nada na sorte do nosso Cavaleiro das Cebolas. Desde o diálogo com o pirata o Davos já deixa clara a sua intenção de assassinar a Mulher Vermelha, e embora o lyseno tente convencê-lo do contrário, acaba sendo convencido a levá-lo até Pedra do Dragão.
Pobre do Joffrey se ele ousasse sair daquela liteira |
Na primeira aparição da Dany, parece que meses já se passaram desde que ela e seu “khalasar” deixaram Qarth. Seus filhos já estão muito maiores do que na temporada anterior e ela já está a apenas alguns dias da Baía dos Escravos. Eu não posso deixar de falar que o trabalho feito com os dragões na cena foi fantástico. Na conversa percebemos que Daenerys se mostra relutante em recorrer a um exército de escravos e até perde a paciência com o Jorah talvez por acreditar que ele acha aquilo normal pelo fato de ter sido exilado depois de vender invasores a um escravagista. Ela até tem esperanças de que outros dothrakis possam segui-la pelo Mar Estreito até Westeros, mas o seu velho conselheiro, como sempre, está lá pra trazê-la de volta pra realidade. E é isso que nos leva à Astapor.
Assim como eu, acredito que muitos riram com os insultos gratuitos do mestre de escravos Kraznys mo Nakloz. Além disso também fomos introduzidos à tradutora Missandei e aos tão falados Imaculados, com destaque para a polêmica cena do mamilo. Todos serão muito importantes mais tarde, mas talvez a maior aparição do episódio, ou ao menos a mais surpreendente pra quem não leu o livro, foi a do Barristan Selmy. Vocês lembram do velho Barristan, certo? Aquele senhor Comandante da Guarda Real que foi expulso pelo Joffrey e substituído pelo Cão na primeira temporada, como o próprio Mormont esclarece depois… Ele esteve esse tempo todo procurando pela sua rainha. A filha do rei Aerys, a quem ele também serviu antes de Robert, e já aparece salvando a vida dela de uma manticora dada de presente por uma garotinha super esquisita que, claramente, na verdade era um dos warlocks de Qarth. É claro que é impossível esquecer a cara bonita do Pyat Pree, mas para aqueles que conseguiram tal façanha, ele era um mago que roubou os dragões da Daenerys na temporada passada, e que depois morreu queimado por eles. Bom, se agora você lembrou dele, também lembrou que ele tinha uma centena de clones, e talvez a Dany tenha matado um deles no lugar do verdadeiro, que agora busca vingança.
Manticora é uma criatura mitológica, semelhante às quimeras, com cabeça de homem. Percebam que na série, o rosto humano aparece na cauda do bicho. |