O texto a seguir possui spoilers de A Tormenta de Espadas e A Dança dos Dragões que ainda não foram adaptados na série de TV. Leia por sua conta. Este episódio adaptou Tyrion IX (pág 669) e Tyrion X (pág 718) de ATdE e pincelou elementos de Dany I de ADdD (pág 34).
Eu percebi ao longo desses vários anos cobrindo Game of Thrones que os fãs dos livros tendem a gostar muito de detalhes completamente aleatórios e não fundamentais pra história. E são essas as coisas que a série de TV faz questão de deixar de fora. A barba azul de Daario, o machado de Asha, a roupa de Daenerys, o chapéu de Tycho Nestoris. Nenhum desses elementos são de fato fundamentais pra história, e ainda assim muita gente sempre aponta essas diferenças como sendo importantíssimas pra narrativa. Mas porquê eu comecei esse texto falando isso? Porque eu acho que os fãs os livros se apegam a essas coisas, não pra ficar comparando dementemente depois. Mas porque essas coisas os impactaram na leitura. Foram tão ricamente descritas, que deixaram marcas definitivas. É esse o papel da arte e, principalmente, o papel da literatura. E por isso a TV dificilmente consegue deixar as mesmas marcas. Mas no episódio deste domingo, ela conseguiu. Não por um adereço, uma arma, ou uma peruca diferente. Mas pelo poder da atuação de um homem que consegue transcender o personagem ao falar universalmente sobre questões pessoais, deixando essa marca definitiva no espectador, uma marca que começou a ser desenhada há quatro anos…
Alguns episódios de Game of Thrones, especialmente os desta temporada, nos fizeram irremediavelmente trazer questões da ficção pra vida real. E a grande maioria das pessoas apontam que trazer essas questões (abuso da mulher, violência, racismo) para a vida real é um erro, porque não devemos analisar o espectro de uma série de TV inspirada em um mundo medieval com o nosso século XXI, nossa realidade, nosso contexto social. Mas quando vemos Tyrion literalmente rugir de ódio e tristeza pelo pragmatismo, preconceito e corrupção que o cercaram a vida inteira, a comparação é automática. Mesmo que você leitor não verbalize isso, é o que você automaticamente faz. É por isso que você gosta do Tyrion. Se ele não fosse um anão, ele não sofreria tanto. Ele seria Jaime, Davos, ele seria qualquer outra coisa. Mas ele não é. Ele é bem mais. Assim como você é bem mais. Só você sabe pelas coisas por que passou, pelos medos, os preconceitos que já passou, os problemas na família, e quantas vezes foi colocado ’em um tribunal injustamente’.
Personagens como Tyrion e os Starks, servem como alegoria do senso de justiça que temos no nosso mundo. Este, portanto é um exemplo muito bacana de que Game of Thrones é sim uma obra que nos faz comparar sem querer com coisas da vida real, de um contexto que não é aquele. A série pode ter inúmeros problemas de adaptação, que são muito mais perceptíveis aos fãs que já leram os livros, sim (aliás, a redatora de séries do site Omelete disse algo no Twitter esses dias que define muito bem isso ,veja aqui), mas… Essa temporada de Game of Thrones está especialmente arrasadora em contar uma história que parece ser real demais.
Ah, Peter Dinklage. Você é tão incrível que fica até difícil falar sobre as outras cenas… mas vamos lá. Do começo:
O episódio começa com um navio atravessando o Mar Estreito e chegando em Bravos através do Titã, uma das nove maravilhas do mundo antigo. Davos e Stannis são recebidos depois de muito esperar por Tycho Nestoris (Mark Gatiss) que não se abala com o pedido de Stannis. O homem quer dinheiro, diz ser Senhor de Westeros, chama Tommen de incestuoso… daquela maneira quase ingênua que Stannis Baratão geralmente lida com as coisas, esperando que as pessoas pensem da mesma maneira que ele pensa. Ele lida com números em seus livros, e não com boatos. O pedido de fundos para que Stannis possa partir em direção a Muralha é então negado. Mas Davos Seaworth é persistente e acaba fazendo a viagem até Braavos valer a pena, pois ele mostra a Tycho sua mão mutilada como prova de quão honesta a palavra Stannis é, dizendo também que Tywin já é velho e que quando ele morrer a povo não terá motivo para querer os Lannister no poder.
A arquitetura do Banco de Ferro na série é bastante moderna, embora se pareça bastante também para o que criaram pra sala do trono de Daenerys. Ele é escuro e dá pra perceber que é frio lá dentro. Mas falando do Banco primeiro, dá pra perceber que o cenário foi basicamente construído com computação gráfica para dar aquela ideia de salão grande, que faça com que as pessoas se sintam pequenas. Talvez mais renascentista do que qualquer outra coisa que a série tenha mostrado até hoje. E essa ideia de que aquele lugar é mais ‘moderno’ do que Porto Real é interessante quando vemos que Tycho se recusa a ser chamado de Lorde por Davos. Isso reflete o proprio sistema político de Braavos, que elege seus líderes democraticamente e que possui uma economia baseada no comércio e não em um sistema feudal.
Confesso que gostaria no entanto de ver Tycho como o homem engraçado e leve que ele é nos livros. Esse tipo de homem implacável, duro e cruel já tem aos montes em Game of Thrones. Aliás, Stannis como rei pedinte é quase repetir Dany pedindo dinheiro ao Rei das Especiarias em Qarth na 2ª temporada. Quer dizer, Tycho poderia ser implacável, cruel e duro sem precisar humilhar Stannis, sem precisar ser sério demais. Mas Mark Gatiss é puro amor, então deixemos assim. Toda a abordagem do Banco de Ferro parece ser mais aberta e mais inteligente nos livros. Acredito que tudo o que Stannis e Davos disseram a Tycho nessa cena, um homem inteligente e com pensamentos modernos, de verdade, saberia. Porque bancos são assim na vida real, desde que o mundo é mundo. Tycho não teria motivos para temer emprestar dinheiro a ninguém, ele não deve nada ao rei Tommen, muito pelo contrário. E não há outro banco no mundo.
Stannis nos livros tem 1,600 homens. Ele parte com 1300 para a Muralha e deixa 300 em Ponta Tempestade. Na série Stannis tem 4.000 homens e grana (agora). Gostaria que Stannis não precisasse ter tudo isso, mas que o personagem fosse menos… pidão e mais convicto. É claro que dessa ve dá pra fazer um pagamento adiantado pro amigo Salla.
E falando em longas viagens que precisam ser mais bem encaixadas durante os episódios…
Yara Greyjoy finalmente está de volta, velejando ao encontro do irmão. É interessante como o núcleo Greyjoy sempre envolve muitas cartas. Eu adoro as sobreposições que a série pra encaixar o sadismo de Ramsay na narrativa. Como enquanto vemos Yara discursando ao mesmo tempo que Ramsay e Myranda transam no Forte do Pavor, como se festejassem em cima da dor de alguém. E mais tarde quando vemos que ele literalmente se diverte com a confusão nos canis, com um olhar deliciado pela oportunidade de sangrar ou ser sangrado. É pura loucura. Outro ponto incrível da adaptação é a atuação de Alfie Allen, que é sempre perfeita. Desde a primeira temporada eu não me lembro de um episódio em que Theon ou Fedor não fossem tão inspirados. Que ator! Inclusive, Alfie fez um Fedor tão verossímil na cena do canil que conseguiu por alguns momentos nos tirar de uma análise muito fria da cena: que foi bem pobre, eu reconheço. Provavelmente por questões orçamentarias, e não serviu pra muita coisa.
Muitos leitores comentaram nos últimos dias que de fato Fedor poderia ter sido apresentado apenas agora na série, depois do discurso em Winterfell no episódio Valar Morghulis. Porque é isso o que acontece no livro. Não teríamos passado pela parte da tortura, por exemplo. Mas acho que nem os nossos piores pesadelos estão a altura do Fedor dos livros, que é absolutamente irreconhecível. Que Martin cria um capítulo descrevendo-o de maneira tão absurda que o leitor demora para entender de quem se trata. Acho que o roteiro da série será bastante inteligente e trará Yara de volta em breve, para ela terminar o que começou aqui.
Fedor agora terá que voltar a ser Theon, e é um recomeço, que Ramsay não entende ainda. Ramsay não entende que plantou a semente da dúvida e da coragem em Theon aqui. E, infelizmente, na série parece que isso está acontecendo rápido demais.
E falando em mostruosidades, segurem suas cabritas porque o dragão de Dany está solto. Em uma linda sequência onde um pastor e seu filho alimentam suas cabras, Drogon aparece, assusta os pobres homens e arrebata sua caça. E aí cortamos para a pirâmide, onde Dany escuta o mesmo pastor reclamando do estrago que Drogon fez. Depois, Hizdhar é apresentado, pedindo a Dany que tenha clemência e que o deixe enterrar o pai que era um nobre e foi cruficicado por ela.
A próxima pessoa a chegar a presença de Dany é o jovem nobre Hizdahr zo Loraq (Joel Fry), cujo pai foi crucificado no dia em que Daenerys entrou na cidade. Ele implora pelo direito de enterrar seu pai executado, mas Dany é dura contando como os mestres também crucificaram crianças na estrada para Meereen. Hizdahr afirma que seu pai era contra a crucificação de as crianças, mas que ela ordenou a sua morte, no entanto. Vemos que aqui a semente da dúvida começa a ser plantada no coração de Dany, e ela vê que talvez tenha sido injusta. Seu semblante é triste. E então ela, em certo ponto, acaba permitindo o enterro do pai do jovem.
Hizdahr da série é bem mais novo, e tem um jeito de falar meio… mole. Mas isso é superficial. A parada mais insana é pensar que ele vai se casar com a mulher que crucificou o pai dele. É claro que isso dá motivo para ele tentar assassiná-la, envenená-la, destruí-la onde ela deveria se sentir em casa. O que eu acho fantástico é que na verdade essa cena humanizou bastante o povo meereense, e principalmente a violência de Dany. Havia um homem com uma história, e ele foi crucificado. E a série fez justiça ao mostrar quem ele era. Se ele defendeu as crianças ou não, se Hizdhar estava mentindo ou não, essa é a parte interessante…
Quando a cena que poderia ter acontecido, dos ossos de cabra serem os ossos de uma criança, do jeito que acontece nos livros e tal: tenham certeza de que essa cena ainda acontecerá na série, pois ela parece ter sido gravada.
Por último, Porto Real. Primeiro vemos o pequeno conselho do rei Tommen reunindo-se com seus novos membros: Oberyn Martell e Mace Tyrell, que é irritantemente o pior tipo de puxa saco que existe. Alguns problemas são levantados: Sandor Clegane foi visto nas Terras do Rio, e Daenerys Targaryen conquistou Meereen. Fico pensando se dentro desse contexto os passarinhos de Varys saberiam dizer se a garota que anda com ele poderia ser Arya. E o que Varys poderia fazer com essa situação futuramente… E Tywin escrevendo para Meereen, hein? Suas cartas são sempre tão venenosas, que ele bem poderia estar escrevendo para Dany e dizendo que Jorah a estaria espionando, para quebrá-la e manipulá-la de um jeito que ela jamais perceberia. Aqui teríamos o plot da saída de Jorah como seu conselheiro. Sinto que a dimensão geográfica da série é tão diminuída em função da narrativa (quando vemos Mindinho, Locke e Stannis percorrendo longas distâncias em dentro de um tempo impossível) que até faz sentido que notícias sobre continentes distantes cheguem mais rápido a Porto Real. E por isso é até legal que os Lannister saibam de Daenerys, diferentemente dos livros. Isso até aproxima os personagens de certa forma.
Após a reunião, Oberyn se aproxima de Varys na sala do trono, e enquanto os dois discutem Essos e os Imaculados, Varys fica irritado ao perceber que Oberyn consegue ler coisas sobre ele que mais ninguém consegue. E isso é muito interessante porque, ao primeiro sinal de perigo ou ameaça, Varys automaticamente se fecha em camadas ainda mais impenetráveis e misteriosas. Nega sua sexualidade, nega qualquer tipo de plano ou desejo que seja possível expressar em uma simples conversinha solta e maliciosa que Oberyn tenta iniciar. Ao olhar para o trono, Varys exemplifica muito a quase impossível tentativa de entender quem ele realmente é. Todos esses diálogos filosóficos na sala do trono são muito bons. Gosto muito da frase de Oberyn, sobre viajar: ‘This a big and beautiful world. Most of us live and die in the same corner where we were born and never get to see any of it. I don’t want to be most of us.”
O julgamento de Tyrion começa, e Rei Tommen imediatamente anuncia que recusa a si mesmo de julgar o tio por ser jovem demais, passando as suas funções a seu avô Tywin. Oberyn Martell e Mace Tyrell são anunciados como juízes. Tywin então pergunta se Tyrion foi culpado pelo morte do sobrinho, e ele nega as acusações. E então os testemunhos começam, expondo muitas coisas do que Tyrion fez nos últimos anos. Assim como nos livros, Tyrion passa por uma série de humilhações em público e não há ninguém para ajudá-lo a sair daquela situação.
Ser Meryn Trant diz que Tyrion tinha motivos para matar Joffrey porque o viu ameaçando o rei incontáveis vezes. Tyrion defende-se dizendo que Joffrey era cruel e que o defendeu de Sansa, mas o pai o proíbe de se defender naquele momento. O CSI Pycelle, diz que Tyrion roubou seus venenos e que Joffrey morreu envenenado pois exumou seu corpo e pode confirmar. Além disso Pycelle tem nas mãos o colar que Dontos deu a Sansa, confirmando que o veneno que havia no corpo de Joffrey era o mesmo que estava no colar. Cersei chega para afinar ainda mais as acusações, dizendo que Tyrion nunca gostou do sobrinho e que ameaçou matá-lo momentos antes da Batalha de Blackwater enquanto tudo o que o rei queria era liderar e inspirar os soldados. Cersei em nenhum momento conta que Tyrion a ameaçou depois dela ter espancado Ros, achando que ela era Shae. Varys também testemunha, confirmando que Tyrion ameaçou a vida de Joffrey em reuniões do conselho. Tywin então anuncia que a corte terá o recesso de uma hora e voltará em breve.
Jaime aproveita a oportunidade do recesso para tentar negociar o destino de Tyrion com o pai. Ele oferece ao pai a oportunidade de alongar a dinastia Lannister, voltar para Rochedo Casterly e casar-se, já que Tywin não tem nenhum herdeiro direto. Com isso, Jaime se oferece para sair da Guarda Real e realizar o sonho do pai se ele permitir que Tyrion viva. Tywin aceita a oferta, dizendo honestamente que Tyrion ainda assim será considerado culpado mas que será dado a ele a oportunidade de se juntar a Patrulha da Noite. De volta ao tribunal, Jaime conta a Tyrion que ele poderá se juntar a Patrulha da Noite, mas Tyrion fica desconfiado dizendo que isso também foi prometido a Ned Stark.
E aí, temos Shae na parte final. Ela declara abertamente que era a prostituta dele e que Tyrion assassinou Joffrey, e começa a torcer os acontecimentos de seu relacionamento como que para humilhá-lo pessoalmente. Ela conta que Tyrion a pegou como propriedade ainda durante as batalhas contra Robb, e que a trouxe para Porto Real para poder usá-la quando quisesse, fazendo-a chamá-lo de Leão. Ela disse que ele a colocou como empregada de Sansa para escondê-la da família, mas que quando ele casou-se com Sansa tudo mudou e ele começou a interessar-se pela menina. Como ela não o desejava, ele prometeu a ela que mataria Joffrey para vingar Robb.
Essa parte de Shae não está aberta para interpretações. Em todos os vídeos de bastidores desse episódio vimos os produtores dizendo repetidamente que Shae foi coagida de alguma maneira por Cersei a dar esse testemunho. Até porquê apenas isso explicaria o fato dela ter culpado Sansa também durante seu testemunho, coisa que não faz sentido, já que Shae sempre agiu como uma guardiã para a garota Stark, e isso até parecia exagerado e desnecessário demais, uma vez que essa amizade não foi significativa para Sansa. Aqui é que está. A série escolhe ser didática em certos aspectos e completamente não didática em outros. No episódio passado, nas cenas em que vimos Cersei ser ‘doce’ com Margaery e Oberyn, tivemos aquela sensação de que ela estava sendo parcialmente falsa para tentar ganhar a simpatia das duas famílias que julgariam Tyrion em breve. Também vimos Cersei mentir descaradamente durante seu testemunho, omitindo as coisas terríveis que fez ao irmão e torcendo os fatos para que ele parecesse culpado.
Tyrion mostra-se profundamente magoado e pede para Shae não fazer aquilo, e ela responde dizendo: “Eu sou uma prostituta, lembra?” Furioso, Tyrion diz que gostaria de confessar. E ele fala o seguinte:
“Salvei vocês, salvei a cidade e todas as suas vidas inúteis. devia ter deixado Stannis matar todos vocês. Desejo confessar, pai. Sou culpado, é isso que quer ouvir? Sou inocente de matar o rei, mas culpado de ser um anão. Tenho sido julgado por isso a minha vida inteira. Eu não o matei, mas bem que eu queria ter matado. Ver seu bastardo cruel morrer me deu mais alívio do que mil putas mentirosas. Queria ser esse monstro que pensam que eu sou. Queria poder matar todos vocês. Daria minha vida para ver todos vocês morrerem envenenados. Mas não darei minha vida pela morte de Joffrey e sei que aqui não terei um julgamento justo. Então vou deixar que os deuses decidam por mim: eu exijo um julgamento por combate.”
E episódio acaba, e sobem com os créditos ao som da melodia de Rains of Castamere.
Nos capítulos de Tyrion nos livros, o julgamento dura três dias seguidos, e o que acontece é o seguinte: Antes do julgamento começar, ainda em sua cela, Tyrion diz ao tio Kevan que ele pode pedir julgamento por combate, e o tio adverte que Cersei usará Gregor Clegane como seu campeão. Tyrion procura por Bronn e vê que o mercenário é outro homem agora: logo se casará com Lollys Stokeworth e está sendo pago pela rainha. Bronn deixa Tyrion sozinho se recusando enfrentar a Montanha para defender o anão. Quando o julgamento começa, além das testemunhas que vemos na série temos Taena Merryweather, que diz que viu Tyrion derrubar algo na taça de Joffrey durante o casamento.
Mais tarde, Oberyn Martell visita Tyrion e deixa claro que Cersei tentou comprar a palavra dele no julgamento mencionando até a oportunidade de casar-se com ele. Mas a Víbora Vermelha se lembra que de acordo com as leis dornesas, Myrcella é herdeira direta ao trono e que seu irmão Doran pode desejar coroá-la. Ele fala sobre a história que Tywin contou sobre Armory Lorch ter matado Rhaenys e a Montanha ter matado Aegon, estuprado e assassinado Elia. Ele então fala em salvar Tyrion, não como sua testemunha, mas como seu campeão. Quando isso é anunciado durante o final do julgamento, Cersei fica absolutamente feliz, pois sabe que ninguém, absolutamente ninguém poderia ganhar de seu campeão, a Montanha. E bem, ela tem razão. No livro, a parte de Shae, a confissão de Oberyn e o duelo acontecem no mesmo capítulo. A série no entanto dividirá tudo isso em três episódios, separados ainda por uma semana de hiato.
Sakharov conseguiu transformar esse em um episódio de ponto de vista. A cena do tribunal foi filmada de um jeito que deixou toda a audiência muito envolvida. Nesta temporada Tyrion passou grande parte dos episódios sentado sozinho em uma cela e à espera da morte, mas em seu discurso, Dinklage encontrou uma maneira de levá-lo a um de seus melhores momentos sem precisar utilizar de ação, efeitos especiais que são as grandes coisas favoritas da audiência. Apenas reciclando a história do personagem em um maravilhoso e verdadeiro discurso emocionado. Porque Tyrion Lannister é assim mesmo, um Gigante de Lannister.