Esse texto NÃO CONTÉM SPOILERS DOS LIVROS e é destinado principalmente para aqueles que não terminaram ou sequer começaram a leitura dos mesmos. Se você já leu ou não se importa em saber o que vai acontecer, confira a análise COM SPOILERS, que em breve deve tá saindo por aí.

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Na temporada passada, os episódios dirigidos por Alex Graves (“And Now His Watch is Ended” e “Kissed by Fire”) estiveram entre os meus favoritos, mas esse ano o nível tem sido tão alto que, para mim, ele acabou se tornando o “mais fraco” do time de diretores. Nesse episódio, ele parece ter retornado à boa e velha forma, ainda que não tenha superado as contribuições magníficas de Alik Sakharov (“The Laws of Gods and Men”, “Mockingbird”) e Michelle MacLaren (“Oathkeeper”, “First of His Name”).

Mas isso não diminui a grandiosidade de “The Mountain and the Viper”, que veio com tudo depois de uma longa semana de hiato, nos entregando uma série de acontecimentos importantes como a conquista de Fosso Cailin, a invasão de Vila Toupeira, a chegada de Arya ao Vale, a transformação de Sansa, a expulsão de Sor Jorah e a tão esperada luta de Oberyn Martell e Gregor Clegane, que foram responsáveis não só pelo título, como também pelo momento mais marcante de Game of Thrones desde o Casamento Vermelho.

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As primeiras cenas prepararam bem o terreno para o episódio seguinte que, como todos devem saber (ao menos os que estão ligados nas notícias aqui do site) cobrirá a iminente batalha em Castelo Negro, que jamais aconteceria sem que o grupo de selvagens liderado por Styr e Tormund passasse por Vila Toupeira.

A barbárie foi tamanha que eu quase senti pena da mulher que se referiu a Gilly como “puta selvagem” mas que, ao ameaçar matar o pequeno Sam, mostrou-se mais selvagem ainda. A atitude de Ygritte ao poupar mãe e bebê foi mais nobre que a de muitos daqueles que se dizem “civilizados”. Como nosso amigo Gregor Clegane, por exemplo, que estuprou e matou Elia Martell, depois de ter esmagado seus dois filhos pequenos contra a parede. São pessoas como ele que merecem ser exiladas do outro lado da Muralha, pra conviver com os Outros e todo tipo de ameaça existente naquelas bandas. Mas agora o estrago foi feito. Depois de anos de reclusão, os selvagens precisam lutar para sobreviver e, para isso, vão passar por cima de tudo e de todos que estiverem no caminho.

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A sequência foi violenta e frenética, do jeito que eu gosto. Uma ótima maneira de começar o episódio que não foi pontuado por muitas cenas de ação… Não até o grande momento final.

Mandar Gilly para um puteiro a fim de evitar que ela fosse atacada pelos patrulheiros, com selvagens canibais à solta e um bebê de colo, foi uma ideia claramente estúpida desde o início. Infelizmente, demorou um episódio pra Samwell perceber isso, e agora tudo que ele pode fazer é chorar e torcer pra que a moça tenha sobrevivido. Verdade seja dita, o “Matador” só tem matado o público de tédio nessa temporada. Até agora, o cara só soube reclamar, choramingar e fazer besteira.

É interessante observar como a amizade e a cumplicidade entre Jon, Sam, Edd, Pyp e Grenn cresceu nessa temporada. Todos eles estão evidentemente mais maduros e prestes a enfrentarem o maior desafio de suas vidas… Como 102 bastardos, estupradores e ladrões podem vencer 100 mil gigantes, mamutes e Thenns?

Nessa parte você percebe que já estamos no oitavo episódio e chega à conclusão nada agradável de que tudo o que os produtores fizeram com esse núcleo nessa temporada foi empurrar a bendita batalha para frente. Não que as cenas em Castelo Negro e na Fortaleza de Craster tenham sido ruins, mas parecem forçadas quando pensamos que elas só aconteceram pra manter a velha tradição de reservar o acontecimento mais esperado do ano para o episódio nove. Vamos torcer pra que essa espera valha a pena (normalmente vale) e pra que o último homem a morrer seja gentil e queime os corpos.

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Essa história do romance de Missandei e Verme Cinzento não é exatamente o que eu gostaria de ver se desenvolvendo no momento. Mas quando foi a última vez que vimos uma relação entre uma mulher e um eunuco ser retratada na TV? É curioso, no mínimo. Como não se apaixonar por Nathalie Emmanuel? Ela é tão bonita quanto sua rainha. Jacob Anderson também faz sua parte. Os dois tem uma química boa e a cena deles na pirâmide valeu só pela cinematografia e trilha sonora impecáveis.

Aliás, a trilha sonora foi marcante em vários momentos de “The Mountain and the Viper”. Gostei especialmente das faixas escutadas quando Theon prometeu liberdade aos homens de ferro em Fosso Cailin; quando Sansa mentiu por Mindinho durante o “julgamento” e mais tarde, quando ela desceu as escadas do Ninho da Águia vestida de preto; além, é claro, da triste melodia dos créditos finais.

Mas voltando a Meereen, foi legal focarem personagens que, quase sempre, estão encobertos pela imensa sombra de Daenerys Targaryen. Nesse episódio, as cenas não foram essencialmente sobre a Mãe dos Dragões, mesmo quando ela esteve presente.

Enquanto a relação de Missandei e “Torgo Nudho” evoluiu, a de Jorah e sua preciosa khaleesi ruiu definitivamente. É impossível não lembrar do incrível “The Laws of Gods and Men”, onde vimos Tywin discutir com o Pequeno Conselho a ameaça que Dany e seus conselheiros representavam aos Sete Reinos. Naquela mesma reunião ele perguntou a Varys se seus passarinhos poderiam chegar a Meereen, pouco antes de pedir papel e caneta ao estagiário, Mace Tyrell. O selo com a mão prova que tudo foi armação dele. E é justamente um dos passarinhos que entrega a Sor Barristan a carta contendo o perdão real de Robert Baratheon, que já fora oferecido a Jorah em “You Win or You Die”, no mesmo mercado em que o vendedor de vinho tentou envenenar Daenerys, na época grávida de Rhaego.

É triste que esse tenha sido o maior momento de Barristan desde que ele reapareceu em “Valar Dohaeris”, mas foi bacana ver como o cavaleiro foi a Jorah antes de entregá-lo à rainha. Talvez tenhamos mais cenas com ele agora que seu “rival” foi EXILADO DO EXÍLIO.

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Pobre homem. Iain Glenn é tão sincero em sua interpretação que é quase impossível não sentir pena do cara. Dany sabia que Jorah não era exatamente um homem bom antes de conhecê-la, mas ele estava ali pra se redimir e, se não fosse pelos seus conselhos, ela nunca teria chegado onde chegou. Talvez a atitude dela não tenha sido a mais sensata, mas quem somos nós pra julgar? Foi a vida dela e do filho que ele colocou em risco, ainda que a tenha salvado inúmeras vezes depois daquilo. E vale lembrar que, embora seja uma das personagens mais fortes e expressivas da série, Daenerys é jovem, inexperiente e extremamente passional. É normal que ela responda à traição com raiva e ressentimento, ou como ela gosta dizer, à injustiça com “justiça”.

Pela aparição de Fosso Cailin na abertura, foi difícil imaginá-lo assim tão sinistro, como quase tudo que envolve a Casa Bolton. A tomada do castelo (se é que ele pode ser chamado assim), mais uma vez, aconteceu fora da tela. Mas as negociações que levaram a ela foram bem satisfatórias, a começar pela pergunta que os sentinelas fizeram a Fedor nos portões: “Quem é você?”

A cena em que Kenning não aceita se render e é traído pelos próprios homens foi uma referência clara ao discurso de Theon em “Valar Morghulis”, onde o vimos disposto a morrer pra defender Winterfell, enquanto tudo que Dagmer Boca-Rachada e Black Lorren queriam era sair vivos dali. Assim como naquela ocasião, o cara que queria ficar e defender seu posto acabou levando a pior. Mas ao invés de usarem um bastão de madeira, os homens de Kenning o pararam com um violento golpe de machado na cabeça… Queria Theon ter tido a mesma sorte.

E mais uma vez, assim como em Winterfell, ao invés de entregar a liberdade prometida, Ramsay não entregou nada além de morte e esfolamento. Tradições são importantes.

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impressão minha ou ele tá sorrindo?

Para mim, Theon sempre foi um dos personagens mais dignos de pena de toda a série, mesmo antes de ser Fedor. Assim como Tyrion, o cara era um desajustado, rejeitado pelo pai biológico e que usava a prepotência como mecanismo de defesa contra tudo isso. A diferença é que o anão tinha inteligência. 

Muitos dizem que ele mereceu tudo que está sofrendo, por ter queimado os filhos do fazendeiro na segunda temporada. Eu não discordo, não totalmente, mas é bom lembrar que quem cometeu aqueles crimes não é a mesma pessoa que vemos aqui. Apesar de que, como Fedor, o cara continua matando a mando de Ramsay, ainda que indiretamente, o que de certa forma é parecido com o que está acontecendo a Arya em sua relação com o Cão de Caça e, aparentemente, a Sansa em sua relação com Mindinho. Essa necessidade quase inconsciente que os três possuem de se aproximar e conquistar a admiração de seus respectivos captores é o que os psicanalistas chamam de Síndrome de Estocolmo, e das brabas.

A cena em que Roose Bolton mostra a extensão de seu reino ao filho lembrou muito uma passagem do Rei Leão, o que é bem apropriado já que foi através de uma aliança com os Lannisters que eles conseguiram o domínio sobre o Norte.  O modo como Ramsay se ajoelhou e jurou fidelidade ao pai foi bem bonito, até lembrarmos o que ele é. Theon, ou melhor, Fedor, está longe de ser uma pessoa de valor (se é que ele ainda pode ser chamado de “pessoa”, o cara é quase uma ferramenta), mas o verdadeiro mal da história é Ramsay. E agora, com o sobrenome Bolton, o Norte será pequeno para esse bastardo filho da puta.

E pra quem ainda se pergunta que castelo era aquele no último quadro, bem, a música tema não mente. Aquela era a “nova casa” a que Ramsay se referiu em Fosso Cailin. O lugar que ele e Theon ajudaram a destruir… Isso mesmo. Winterfell.

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Engraçado como Mindinho, que é indubitavelmente culpado pela morte de Lysa (e de Joffrey!), foi inocentado com a ajuda de Sansa enquanto o marido dela foi condenado injustamente na capital (e Oberyn com ele). O ambiente pequeno, desprovido de cores e iluminação apropriada; as expressões austeras dos excelentes atores contratados pra viver Bronze Yohn Royce (que realmente parecia uma pedra), Anya Waynwood e Lyn Corbray; a trilha sonora quase inaudível e o modo como a câmera filmava de perto os rostos dos personagens, principalmente quando eles estavam mentindo… Todos esses elementos, casados perfeitamente, ajudaram a estabelecer aquela atmosfera tensa e inquietante do momento do confronto.

É estranho pensar que o mesmo cara que planejou a morte de Jon Arryn, colocou a culpa nos Lannisters, iniciou uma guerra e depois conspirou pra assassinar o rei não tinha uma carta na manga pra justificar a morte da esposa. Pior: saber que a desculpa dele foi algo tão infundado e suspeito como suicídio. Se não fosse pelo testemunho surpreendente da garota “sem aprendizado e de raciocínio confuso”, Mindinho provavelmente ainda estaria despencando do Portão da Lua a essa altura.

Aqui, Sansa mencionou ter conhecido Lorde Yohn Royce em Winterfell, quando ele levou seu filho para servir na Patrulha, o que certamente aconteceu antes do primeiro episódio da série visto que, na primeiríssima cena deste, já vimos Sor Waymar como patrulheiro, escoltado por Gared e Will (o cara que, mais tarde, foi decapitado pela Gelo de Eddard Stark). Vocês lembram de Waymar Royce, certo? Ele foi a primeira das muitas (muitas) vítimas de George R. R. Martin.

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ela realmente sabe o que Mindinho quer.

Agora, além da “última filha viva” de Ned Stark, o ex-agiota e cafetão tem sob seu poder o menino Robin, que depois da morte da mãe, é o novo Senhor do Vale. Com dois objetos políticos importantíssimos como esses, e mais uma porrada de peões do seu lado do tabuleiro, o cara tem tudo pra alcançar seu objetivo, que provavelmente inclui o Trono de Ferro. Ou vocês acham que Petyr realmente se importa com o moleque? Ainda assim foi bacana ver ele fazer as vezes de pai, explicando a Robin o que significa ser um suserano. Já passou da hora do passarinho deixar o ninho.

(“Robin”, em inglês, também pode significar “passarinho”. Logo, a frase “time for Robin to leave the nest” foi um belo jogo de palavras dos roteiristas.)

Durante as três últimas temporadas, Sansa sempre foi retratada como a vítima. A garota que simplesmente tentava resistir às loucuras e excessos das pessoas ao seu redor, submetendo-se ao ritmo da maré, e à esperança de que algum dia o seu tormento fosse acabar. Mas quando ela foi salva dos ataques de ciúmes da tia, passou a enxergar certo poder em sua fraqueza. E foi usando essa fragilidade que ela conseguiu convencer os nobres do Vale a suportarem Mindinho. Esse ato de manipular para sobreviver, sem dúvidas foi algo que ela observou primeiramente em Cersei.

Até aí tudo bem. O depoimento dela e a cena posterior em seus aposentos foram o suficiente para denotar a evolução da personagem. Recorrer ao clichê “vilões vestem preto” foi terrivelmente desnecessário. A cena conclusiva em que vimos Sansa descer as escadas do Ninho, usando o vestido de luto COM PENAS DE CORVO que ela mesma costurou momentos antes foi digna de qualquer uma dessas novelas ruins da Globo. Eu não posso negar que foi impactante, mas se esse impacto foi negativo ou positivo eu ainda não sei.

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E enquanto Sansa começa a saborear o lado Negro da Força, Arya mostra que já está nesse caminho há um bom tempo. Primeiro, aquele papo de não se sentir feliz com a morte de Joffrey pelo simples fato de não ter sido ela a cometer o assassinato. Depois, pelas gargalhadas frenéticas que ela solta ao finalmente alcançar seu destino só para descobrir que Lysa Arryn tinha morrido. Acredito que isso só evidencia o quão fria e deturpada a personagem se tornou. Como se qualquer tipo de esperança de reencontrar a família, ou um lar qualquer que seja, tivesse morrido dentro dela. Mas apesar desse lado triste, o modo como as gargalhadas ecoaram pela pedras do Vale de Arryn foi bem engraçado, principalmente pela cara de Sandor, que acabou ficando sem recompensa.

Quando Jaime mencionou  assassinato de primos, eu achei que ele mencionaria Alton Lannister, o primo que ele matou pra fugir de sua cela no acampamento de Robb em “A Man Without Honor”. Se existe alguém para quem ele poderia confessar tal crime, esse alguém é o irmão, e isso seria muito interessante de ver. Só que os roteiristas preferiram trazer a tona o “apatetado” primo Orson e seus besouros. O papo foi legal, por antecipar e metaforizar o resultado da luta, além de revelar o motivo da cisma de Jaime com os meistres (quando ele conheceu Qyburn, perguntou se o mesmo tinha perdido a corrente por “gostar de tocar garotinhos”). Além disso, é sempre bom ver Peter Dinklage e Nikolaj Coster-Waldau contracenando, quem sabe até pela última vez. Mas foram mais de quatro minutos, galera. Precisava isso tudo? Aqueles sinos vieram em boa hora.

Uma característica que marca os textos de David Benioff e D. B. Weiss é a insistência em repetir piadas velhas. Esse lance de todo mundo ficar interrompendo Pycelle serviu bem no início pra mostrar o quanto ele é irrelevante apesar do título de Gran Meistre, mas já perdeu a graça a algum tempo, até por que eles estão usando esse mesmo recurso manjado pra desvalorizar o pobre do Mace Tyrell. Falta de criatividade, talvez? A verdade é que estávamos todos tão ansiosos para o combate que nem nos incomodamos com esse detalhe, até o apreciamos no momento.

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Também vale comentar que a escolha da locação pra filmar a luta foi impecável, com o excelente trabalho da equipe de efeitos especiais tornando tudo ainda mais bonito. O quadro acima, que mostra Pycelle discursando enquanto a câmera filma de baixo a majestosa Fortaleza de Maegor sobre ele ficou incrível!

A primeira coisa que Tyrion fez ao encontrar seu campeão foi repreendê-lo por estar bebendo e sem capacete, quando minutos antes ele mesmo disse que “vinho sempre ajudava”. As tiradas inteligentes nesses poucos segundos antes da luta serviram para mostrar como os dois personagens funcionam bem juntos. Mas química boa mesmo o príncipe de Dorne tem com sua amada Ellaria. Além de gata, Indira Varma é extremamente talentosa, e foi sensacional em todos os momentos desde sua estreia na temporada. A despedida do casal foi de cortar o coração, especialmente se você já assistiu e sabe o que vai acontecer logo em seguida.

Como já era de se esperar, a luta em si foi muito rápida. O episódio mostrou tanta coisa, que sobrou pouquíssimo tempo para o desfecho tão aguardado. Ainda assim, a sequência foi muito bem executada por todos os envolvidos. As câmeras conseguiram aproveitar bem os movimentos rápidos de Pedro Pascal (que foram inspirados no Wushu), e ainda capturaram pontualmente as variadas expressões dos atores na plateia, que traduziram bem os sentimentos do público de casa.

Algumas pessoas na internet reclamaram das piruetas e acrobacias excessivas de Oberyn, e do modo como ele dançava mais do que atacava o oponente. Mas como Bronn nos explicou em “Mockingbird”, a melhor tática pra derrotar o Montanha é se movimentar rapidamente até que ele canse. E Oberyn quase conseguiu, não? A esperança que ele nos deu foi, no mínimo, cruel.

hulk esmaga!

E então, assim como o primo Orson esmagava aqueles insetos, Gregor detonou o cérebro do príncipe Oberyn e os nossos, por tabela. Quem esperava por isso? Muitos ficaram perplexos como Tyrion (será que ele ouviu o “khu, khu, khu” naquele momento?), outros soltaram gritos de gelar o sangue, como os de Ellaria e algumas pessoas até riram loucamente, como Arya.

Decidir se um homem é culpado ou inocente aos olhos dos Sete com outros dois homens se matando certamente diz muito sobre os deuses. Principalmente quando é a parte inocente que perde a luta. Se os deuses existem e são justos, por que o mundo está tão cheio de injustiças? Por causa de homens como Gregor Clegane. Que esmagam, estupram e matam pessoas como se elas fossem insetos.

Mas não foi aquele golpe que matou Oberyn, e sim sua sede de vingança justiça. Se serve de consolo, eu acho que talvez (talvez) ele tenha conseguido saciá-la, ainda que parcialmente. O cara era conhecido como a Víbora Vermelha de Dorne, e ninguém ganha um apelido desses a menos que seja mortal. O conhecimento dele a respeito dos mais variados tipos de veneno já foi mencionado na conversa com Tywin em “Breaker of Chains” e, em certo momento da luta, é possível ver seu escudeiro passar alguma coisa na ponta da lança. Mas independente de Clegane ter sido envenenado ou não, foi muito triste que Oberyn tenha morrido no processo, enquanto o “homem que deu a ordem” continua ileso.

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O chileno Pedro Pascal sofreu uma certa rejeição por parte fãs leitores dos livros quando sua contratação foi anunciada, em parte por ele ser um ator relativamente desconhecido, e mais ainda por causa de seus traços físicos e étnicos, que fugiam daquilo que muitos idealizaram (equivocadamente) como a aparência ideal para o povo de Dorne. Mas ele veio com tudo, e em sua primeira aparição conseguiu calar a boca de todo mundo, deixando sua marca em menos de uma temporada. Será que o coitado estava ciente de que a expectativa de vida em Game of Thrones era assim tão baixa?

Enfim… Valar moghulisTodos os homens devem morrer… Mas precisava ser desse jeito bizarro? Podia ter sido um simples patricídio, nepoticídio, suicídio, morte na cama, na mesa de jantar, agachado no penico, sei lá. O fato é que o cara certamente fará muita falta no elenco.

Ah! Precisamos lembrar que Oberyn era um príncipe, membro de uma das famílias mais poderosas de Westeros, e não um prisioneiro qualquer desses que o Montanha mata na hora do lanche. Vocês acham que a morte dele vai ficar impune? Será que ninguém lhe fará justiça? Ellaria? Seus vassalos que apareceram brevemente em “Two Swords”? (Aliás, onde eles estavam durante a luta?)

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goodnight sweet prince.

Bem, como diria Tyrion, se você quer justiça, está assistindo a série errada.


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