Esse texto NÃO CONTÉM SPOILERS DOS LIVROS e é destinado principalmente para aqueles que não terminaram ou sequer começaram a leitura dos mesmos. Se você já leu ou não se importa em saber o que vai acontecer, confira a análise COM SPOILERS, que em breve deve tá saindo por aí.
Antes de tudo, “The Watchers on the Wall” foi, se não o melhor episódio da temporada, certamente o mais audacioso. Quem sabe até de toda a série. É o mínimo que se pode falar da decisão dos produtores de pegar um dos núcleos menos favorecidos da adaptação e dedicar a ele uma hora inteira preenchida por uma das batalhas mais grandiosas já vistas na TV. Aos cuidados do inspirado diretor Neil Marshall, responsável pela também incrível batalha da Água Negra, não tinha como ter sido diferente.
Vamos lá?
A noite chega, e vemos Jon ao lado de Samwell, patrulhando no topo da Muralha, assim como Alliser Thorne ordenou que fizessem em “Mockingbird”. É a típica calmaria antes da tempestade. Eles começaram falando de algo que aparentemente foi o tema principal das primeiras cenas antes do início da batalha: o amor. O papo foi bacana pra mostrar o quanto os dois ainda são jovens que tiveram que amadurecer rapidamente, e como Jon ainda é um garoto introspectivo e reservado, não um poeta, ou o líder formado que ele precisou se tornar momentos mais tarde.
O diálogo terminou quando Jon despachou o amigo para baixo, o que foi bem compreensível. Ultimamente, aturá-lo está sendo um teste de paciência até pra nós que estamos do lado de fora da tela. Mas nesse episódio as coisas mudam um pouco. A cena entre Sam e Aemon Targaryen foi uma das mais bem escritas da série. Assim como Jon, Aemon escolheu dever no lugar do amor. “O amor é a morte do dever”, e Robb Stark foi a prova viva disso. Já o “Matador” é a prova de que às vezes o amor também pode fortalecer. O Caminhante Branco de “Second Sons” que o diga. Sam prometeu a Gilly que não morreria e cumpriu a promessa. É isso que os homens fazem.
A coruja no topo da Muralha foi um recurso muito inteligente, que serviu de ponte pra que o episódio transitasse de Castelo Negro ao pequeno acampamento de selvagens. É bom que a série esteja mergulhando de cabeça na fantasia através das habilidades dos wargs, que a algum tempo já não são mais apenas restringidas a Bran. Nessa cena, Tormund começa a contar uma história a respeito de um envolvimento amoroso entre ele e uma ursa chamada Sheila. Ok. Ygritte o interrompeu pontualmente. Game of Thrones é conhecida por suas infames cenas de incesto, estupros… mas zoofilia já é apelação. Embora a história dele tenha sido claramente uma mentira, não interessa. Nós não queríamos ouvir sobre a ursa que Tormund não comeu. Nós queríamos a batalha que nos foi prometida desde a última temporada.
Mas nada como um pouco mais de Rose Leslie antes disso… O jeito como ela enfrentou Styr e os outros selvagens, ameaçando atirar uma flecha em qualquer um que se colocasse entre ela e Jon Snow foi sensacional. Mas eram apenas palavras vazias, como o próprio Magnar de Thenn fez questão de apontar. Ela era uma exímia atiradora, como a batalha nos mostrou posteriormente. Se ela quisesse ter matado o bastardo, ela teria feito isso em “Mhysa”. Mas se o cara hoje está andando e defendendo a Muralha, é por que ela deixou ele ir.
E por falar em pessoas que Ygritte deixou ir embora, vocês perceberam que Gilly e o bebê passaram bem perto de onde estava o bando de Tormund e dos Thenns? É quase inacreditável o fato de eles não terem percebido ela se esgueirando por ali. Aliás, ela também é selvagem, não? Talvez por causa disso o sneaking dela seja elevadíssimo.
Em questão de minutos a guria chegou a Castelo Negro, e aí percebemos que os selvagens também estavam coladinhos na parada. Sam conseguiu convencer Pyp a abrir os portões ameaçando acertá-lo nas costas com uma adaga de obsidiana, ele e a guria começaram a derramar seu blá blá blá romântico em cima da gente e aí, finalmente, ouvimos o sopro do berrante. Duas vezes. (Uma para patrulheiros retornando, duas para selvagens e três para Caminhantes Brancos, lembram?)
Assim começou nossa patrulha.
A trilha sonora que toca quando os patrulheiros avistam a fogueira é uma das melhores que eu já ouvi em toda a série. O set que representou o topo da Muralha realmente lembrou bastante as trincheiras do filme “Glória Feita de Sangue” (Paths of Glory, 1957), do Kubrick, que remete muito ao conceito de guerra. A direção de arte fez um trabalho fantástico, assim como a equipe responsável pelos efeitos visuais. Em raros momentos do episódio, o CGI pareceu meio precário (tanto que a batalha foi filmada à noite justamente pra facilitar essa transposição digital), mas foram tantas outras coisas incríveis que eles fizeram que ficou fácil perdoar. O momento em que Mag, o Poderoso, surgiu na floresta, montado em um mamute e acompanhado de outro gigante, ao lado de milhares de selvagens foi sensacional!
Os produtores também capricharam na defesa da Muralha. Óleo, arpões, arqueiros inclinados atirando flechas flamejantes (imagina que louco um simulador daquela parada), barris explosivos e uma foice monstruosa que, não se sabe como foi colocada ali, mas que foi genial. Quando Jon disse a Edd pra “usar a foice” eu imaginei que fosse algum tipo de código, mas nunca aquilo. Muito bom! Tamanha criatividade permitiu que Neil Marshall brincasse bastante (ele mesmo fez cameo em uma das cenas). Mas aquele gigante arqueiro foi um pouco demais. A flechada dele quase levou o patrulheiro até a capital.
Como se não bastasse tudo isso, a Muralha ainda defende a si mesma. Basta nos lembrarmos de como ela começou rachar quando Jon, Ygritte, Tormund e o resto do bando a escalaram em “The Climb”. Os selvagens nunca conseguiriam chegar ao topo, independente da pressa que tinham. O único jeito deles conseguirem passar era o portão, que devia ter sido selado a uns dois episódios atrás.
Os erros cometidos pelos corvos, como explodir e derrubar barris, só ajudaram a tornar tudo mais real. Duas semanas atrás os caras eram camponeses, estupradores e batedores de carteira. Seria difícil que, de uma hora pra outra, eles aprendessem a agir como soldados.
Tão envolvente quanto o ataque dos selvagens vindos do norte, foi o ataque do pequeno bando que veio do sul. A escolha da própria Muralha como ponto de transição entre as duas zonas de batalha foi perfeito. Imaginem o quão difícil deve ter sido coordenar e dirigir aquela porrada de dublês e figurantes que não paravam por um segundo. Há quem diga que tinham mais de 102 patrulheiros ali mas, sinceramente, eu não parei pra contar. Às vezes eu esquecia de parar até pra respirar.
Diferente do que vimos “Blackwater”, onde o combate era vezes interrompido para mostrar uma cena de Cersei bêbada, ou Sansa, aqui foi tudo mais intenso. E tivemos algumas coisas bem inovadoras também, como a câmera que nos proporcionou ter uma visão dos disparos de Ygritte em primeira-pessoa (eu quero um simulador daquilo também) e o incrível plano-sequência de 360º que nos colocou no meio do pátio de Castelo Negro, mostrando uma sucessividade de acontecimentos e combates paralelos. Essa pra mim foi uma das maiores surpresas do episódio. Em termos de duração, não chegou nem perto do plano-sequência histórico de seis minutos da minha outra série favorita, True Detective, mas ainda assim foi o movimento de direção mais corajoso já visto em Game of Thrones.
Quando Jon disse a Sam que precisava mais de Fantasma do que dele eu quase respondi “Sim, eu também!”. Uma pena que a participação do lobo gigante tenha sido tão pequena, mas, de qualquer forma, eu fiquei feliz que o bonitão não tenha sido esquecido, como muitas vezes já aconteceu na série.
Quem surpreendeu bastante foi Alliser Thorne, que demonstrou fibra, e até certo caráter, ao comandar seus homens (diferente de seu comparsa Janos Slynt, aquele rato). A luta entre ele e Tormund foi uma das melhores, e eu realmente achei que um dos dois fosse morrer ali. Mas felizmente (ou não), sor Alliser foi derrubado e caiu em um monte de palha no chão. Fala sério! Depois ele foi levado pra dentro do castelo, num segmento que lembrou um pouco a retirada de Stannis na Água Negra, com seus homens o arrastando de volta para os navios e ele querendo lutar. No próximo episódio já podemos voltar a odiá-lo.
Eu queria Pyp e Grenn tivessem tido tanta sorte.
Um homem pode ainda ser corajoso se ele está com medo? Pyp nos mostrou que sim. O ator Josef Atlin conseguiu transmitir bem o nervosismo do garoto, que sim, não passava de um garoto, e estava prestes a morrer na guerra. Foi legal ver Samwell, que sempre foi chamado de covarde, conseguir motivar o companheiro a lutar, assim como fez com o garotinho Olly. O modo como Pyp ficou empolgado ao conseguir matar um selvagem só tornou mais triste sua morte, que aconteceu logo em seguida. Também foi muito bravo da parte de Sam confortar o amigo enquanto ele morria em seus braços, dizendo que Meistre Aemon chegaria logo, quando na verdade isso seria impossível.
Mas bravo mesmo foi Grenn e seus cinco companheiros, que sozinhos conseguiram defender os portões e derrubar o gigante. Aquela cena certamente foi a que melhor traduziu o espírito do episódio e da própria patrulha: jovens que, obrigados ou não, arriscam a vida para que os reis, senhoras, senhores e príncipes do sul e da capital joguem seu interminável jogo dos tronos. Como deixou claro o juramento que eles recitaram ferozmente antes de Mag irromper contra o portão, eles são o escudo que protege os reinos dos homens.
Alguma vez você já se perguntou qual a verdadeira motivação do povo livre? Ou por que eles simplesmente não atravessam a Muralha em outro ponto ao invés de enfrentarem as defesas da Patrulha?
Eles estão lutando pra atravessar a Muralha por que a qualquer momento os White Walkers vão tomar conta da terra deles (o verdadeiro Norte!). Quer motivo melhor que o medo pra unir dezenas de tribos diferentes em um único exército? Organizar uma escalada de 100.000 na parede de gelo gigantesca não seria uma boa ideia. E acredito que fazer um buraco na Muralha, mesmo com aquela quantidade absurda de gente, levaria muito tempo (aliás, de que adianta fazer um buraco na única defesa que você terá contra os Caminhantes?). Portanto, por incrível que pareça, o mais fácil mesmo é invadir por Castelo Negro, com seus poucos patrulheiros e seus portões. O problema é que essa motivação deles ficou meio perdida na série. Parece que eles só estão lá pra invadir, saquear, e matar, quando na verdade o que querem mesmo é sobreviver.
Resumindo: uma boa conversa poderia ter evitado toda aquela matança. Poderia. Um acordo com os selvagens não seria nada fácil. Um vez do outro lado da Muralha, eles não se ajoelhariam perante rei algum, e existem GIGANTES entre eles. Pior que isso: existem Thenns. I fucking hate Thenns.
Eu realmente vibrei quando vi um dos canibais ser atingido na cabeça por Sam, “o gatilho mais rápido do Norte”, depois de perseguí-lo como quem persegue um pedaço de bacon, e mais ainda quando Jon enfiou o martelo na cabeça de Styr. O cara era assustador, e como se não bastasse ter o dobro da altura de Jon ele balançava aquele machado enorme como se fosse uma pena. O bastardo certamente teria sido quebrado ao meio se não tivesse aprendido a lutar sujo com Karl Tanner, que também cuspiu sangue na cara dele em “First of His Name”.
Infelizmente, não são só aqueles que odiamos que morrem em Game of Thrones.
Depois de matar Pyp, Ygritte encontrou seu fim da mesma maneira. Eu diria que essa foi uma das mortes mais bonitas da série (se é que se pode dizer algo do tipo), ou pelo menos uma das mais tristes. A carga dramática da cena foi bem pesada, além das performances convincentes dos dois atores. O slow-motion utilizado enquanto a câmera mostrava o casal e a batalha acontecendo ao fundo caiu realmente muito bem. Esse recurso é raramente usado na série por que David e Dan o acham “brega”. Se não me engano, ele foi usado pela primeira vez em “Blackwater”, também dirigido por Marshall, quando o Cão de Caça se viu aterrorizado pela baía em chamas. Neil pode tudo mesmo.
Enquanto a relação de Sam e Gilly começou de fato com aquele beijo, a de Jon e Ygritte encontrou na batalha um término definitivo. O cara realmente não sabe nada, né? Ele deveria ter ficado naquela gruta com ela. Eu ficaria.
Se nada mais, a morte de Ygritte foi cheia de ironias, assim como a velhice. Em todas as suas últimas aparições, ela esteve furiosamente fabricando suas flechas – ou furiosamente matando pessoas com elas. Foi no mínimo cruel o fato de ela ter morrido com uma FLECHA atravessada NO CORAÇÃO! Quem esperava por isso? E foi uma flecha atirada pelo garoto cujo pai ela matou da mesma maneira em “Breaker of Chains”… Foi o “arco de Chekhov” entrando em ação.
Bem que o garoto avisou que era o melhor arqueiro daquela vila…
(Assim como o Cão de Caça e as galinhas em “Two Swords”, Olly foi a maior fonte de memes e piadas na internet depois da exibição desse. A que achei mais engraçada foi esse vídeo.)
Água Negra ou Castelo Negro?
Além do diretor e dos nomes (não existe cor melhor que o “negro” pra representar a morte), as duas grandes batalhas tiveram algumas outras semelhanças. E já que todo mundo (inclusive os produtores da série) insistem em compará-las, então que seja. Como disse o Meistre Aemon, nada torna o passado mais doce que o prospecto do fim iminente.
Primeiro eu gostaria de começar com a seguinte pergunta: Qual das duas foi melhor? Para mim, foi a Batalha de Castelo Negro. Sim. Embora fantástica, a Batalha da Água Negra não foi tão ousada e desafiadora quanto essa. O corpo-a-corpo, a imersão, os recursos visuais, o modo como Neil Marshall fez uso deles e a intensidade com que a violência do combate foi retratada em “The Watchers on the Wall” é muito superior. Mas é importante dizer que estou julgando A BATALHA em si. Não o episódio, e nem o que ela representa. Afinal de contas, a Batalha da Água Negra aconteceu na capital, um núcleo que é muito mais bem desenvolvido (e diria até que, por conta disso, mais querido pelos fãs) que o núcleo da Muralha. Além disso, aquela foi uma batalha pelo poder do Trono de Ferro, e não por mera sobrevivência. Ou seja, dentro da história, “Blackwater” significou mais que “The Watchers on the Wall”, até por que o primeiro foi “conclusivo”, enquanto o segundo, como o próprio Jon e Edd Doloroso deram a entender no final, foi apenas o começo.
As duas batalhas tiveram “protagonistas improváveis”. Na Água Negra, Tyrion teve que assumir o comando da luta, o que ele fez tremendamente bem. Dessa vez, vimos Jon Snow finalmente tomar a liderança que vinha sido prometida a ele desde que o Lorde Comandante Mormont o escolheu como intendente pessoal. O bastardo também executou heroicamente o seu papel mas, diferente de Tyrion, ele não carregou a batalha nas costas, não sozinho. Nesse episódio vimos Grenn, Pyp, Alliser Thorne, Sam e até o pequeno Olly darem o seu melhor. Isso foi legal, pois mostrou que os Patrulheiros e a Muralha, juntos, formam um único grande guardião.
E convenhamos que entre Tyrion e Jon Snow existe uma diferença considerável no que diz respeito à previsibilidade. É muito mais provável que Jon Snow consiga comandar e vencer uma grande batalha do que Tyrion, ao menos se julgarmos as capacidades físicas de ambos. O anão tem a desvantagem do tamanho e de nunca ter estado em uma batalha antes de enfrentar Stannis na capital (a não ser que você considere o fiasco dele em “Baelor” como uma experiência válida), enquanto Jon cresceu em um castelo, aprendendo desde criança como empunhar uma espada. Basta lembrar como ele já chegou na Muralha dando aula a todo mundo em “Lord Snow”. É claro que livros (principalmente os de guerra) fazem a diferença. Nesse aspecto, Tyrion é muito mais como Sam, que usa o cérebro ao invés dos braços. Isso certamente contou como um ponto positivo pra “Blackwater”. E vamos combinar que, em termos de atuação, se colocarmos Peter Dinklage de um lado da balança e Kit Harington do outro, o primeiro tem muito mais peso. Mesmo que John Bradley esteja montado nas costas do segundo.
Isso sem falar que Stannis Baratheon é um oponente bem mais notável que o quase sem-rosto Mance Rayder não? Os dois brigam constantemente pelo título de “rei mais rejeitado pelos produtores da série” mas ao menos Stannis deu as caras no cerco que ele comandava, enquanto Mance… Vocês lembram da cara dele? O homem sumiu desde que prometeu acender THE BIGGEST FIRE THE NORTH HAS EVER SEEN em “Walk of Punishment”, terceiro episódio da terceira temporada. É triste ver um ator tão bom como Ciarán Hinds ser desperdiçado dessa maneira.
Mas eu ainda fico com a Batalha da Muralha, por mais que os elementos apontados acima sugiram o contrário.
Quantas pessoas morreram na Baía na Água Negra? Várias. Mas a única que tinha nome era Matthos Seaworth. Matthos Seaworth. Davos que me perdoe, o rapaz era gente fina, mas nem de longe fará tanta falta quanto a beleza selvagem de Ygritte ou a lealdade de Grenn e Pyp, que estiveram com a gente desde a primeira temporada. As mortes heróicas desses personagens trouxeram muito mais peso à batalha. Ainda tivemos gigantes, mamutes, escaladas, a maior fogueira (e a maior foice) que o Norte já viu, uma trilha sonora impecável, um discurso bem parecido com o do filme 300 (o que foi muito apropriado), uma parede de gelo colossal (que serviu bem pra dividir os dois pólos onde aconteciam as lutas extremamente bem coreografadas), um dos planos-sequência mais bem executados que eu já vi e uma atmosfera de cinema sem igual.
Então, novamente, se alguém me perguntasse qual das duas foi a melhor batalha, eu escolheria a de Castelo Negro. Agora, se me perguntassem qual foi o melhor EPISÓDIO, eu talvez respondesse “Blackwater”. Talvez.
Um dos fatores que me levariam a escolher “Blackwater” como melhor episódio, além dos que foram citados acima (e do roteirista, George R. R. Martin, muito melhor melhor que D&D), é o final. Enquanto nele tivemos o elemento surpresa da chegada de Tywin acompanhado pelo exército da Campina, em “The Watchers on the Wall” tivemos aquela cena em que Jon, planejando ir até Mance Rayder, atravessa o portão antes protegido por Grenn. Uma cena bonita, porém sem graça. Principalmente se levarmos em conta que foi um episódio nove, e que todos eles terminaram com grandes cliffhangers (além da Água Negra, tivemos a morte de Ned na primeira temporada e o Casamento Vermelho na terceira).
Isso foi um problema, e aparentemente influenciou muitas das pessoas que criticaram o episódio. Depois das coisas terem esquentado incrivelmente durante o ataque dos selvagens, elas esfriaram muito depois que ele acabou. Caramba, HBO! Ainda faltavam um dez minutos de episódio! Dava pra ter, pelo menos, mostrado o bendito rei-pra-lá-da-Muralha!
Talvez tenha sido uma maneira de acalmar os corações dos fãs depois do final chocante de “The Mountain and the Viper“, só que aquela história de Jon se voluntariar para ir sozinho matar Mance Rayder também não foi muito aceitável. É uma puta missão suicida. Mas se pararmos pra pensar, a própria insistência dos corvos em defender a Muralha nas atuais condições pode ser vista como suicídio. E como ninguém tem um plano melhor…
Tudo bem, apesar disso e dos personagens queridos que nos foram tirados, semana que vem estaremos novamente sentados em nossos sofás, firmes e fortes, para acompanhar o season finale (que tem tudo pra ser um dos melhores!). Afinal, assim como nossos intrépidos irmãos da Patrulha da Noite, nós devemos viver e morrer em nosso posto.