O ilustrador sérvio Uros Obradovic, também conhecido por Urukki Saki, criou uma pequena HQ baseada em um emblemático trecho de A Guerra dos Tronos. Trata-se nada menos do que as lembranças que Eddard Stark tem em forma de sonho sobre o famoso combate na Torre de Alegria, em que ele e 6 companheiros nortenhos (Howland Reed, Willam Dustin, Ethan Glover, Martyn Cassel, Theo Wull e Mark Ryswell) lutaram contra 3 lendários membros da Guarda Real de Aerys II (Gerold Hightower, Oswell Whent e Arthur Dayne, o Estrela da Manhã).

Há alguns anos já havíamos postado outra versão em quadrinhos do evento, de autoria de Jeff McComsey. Agora, apresentamos a short comic de Urukki Saki, que ficou realmente sensacional, com um tom fantasmagórico que tenta emular o próprio sonho de Eddard.

Clique nas imagens para vê-las em tamanho original:

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“Sonhou um sonho antigo, sobre três cavaleiros de manto branco, uma torre há muito caída…” “Procurei-os no Tridente.”
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“Não estávamos lá.” “Seria uma aflição para o Usurpador se tivéssemos estado.” “Quando Porto Real caiu, Sor Jaime matou o vosso rei com uma espada dourada, e eu me perguntei onde estariam.” “Longe, caso contrário Aerys ainda sentaria no Trono de Ferro e nosso falso irmão queimaria nos Sete Infernos.”
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“Eu vim a Ponta Tempestade para levantar o cerco e os lordes Tyrell e Redwyne baixaram seus estandartes, e todos os seus cavaleiros dobraram o joelho para nos jurar fidelidade. Eu estava certo de que estariam entre eles.” “Nossos joelhos não dobram facilmente” “Sor Willem Darry fugiu para Pedra do Dragão com sua rainha e Príncipe Viserys. Pensei que tivessem zarpado com ele.” “Sor Willem é um bom homem, e leal.” “Mas não da Guarda Real. A Guarda Real não foge.”
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“Nem ontem, nem hoje. Nós fizemos um juramento.” “E agora começa.” “Não, agora termina.” “Prometa-me, Ned…”

Para quem não se lembra, um excerto completo daquela cena:

Sonhou um sonho antigo, sobre três cavaleiros de manto branco, uma torre há muito caída e Lyanna em sua cama de sangue.
No sonho, os amigos cavalgavam com ele, como o tinham feito em vida. O orgulhoso Martyn Cassei, pai de Jory; o fiel Theo Will; Ethan Glover, que fora escudeiro de Brandon; Sor Mark Ryswell, de fala mansa e coração gentil; o cranogmano, Howland Reed; Lorde Dustin, no seu grande garanhão vermelho. Ned conhecera tão bem o rosto de cada um deles como conhecia o seu, mas os anos sugam as memórias de um homem, mesmo aquelas que ele jurou nunca esque­cer. No sonho, eram apenas sombras, espectros cinzentos montados em cavalos feitos de névoa.
Eram sete, enfrentando três. No sonho, tal como acontecera na vida. Mas aqueles três não eram homens comuns. Esperavam defronte da torre redonda, com as montanhas vermelhas de Dorne às suas costas e os mantos brancos ondulando ao vento. E esses três vultos não eram som­bras; seus rostos eram claros como brasas, mesmo agora. Sor Arthur Dayne, a Espada da Manhã, tinha um sorriso triste nos lábios. O cabo da grande espada chamada Alvorada espreitava-o por sobre o ombro direito. Sor Oswell Whent apoiava-se no joelho, afiando sua lâmina com uma pedra de polir. O morcego negro de sua Casa estendia as asas sobre o elmo esmaltado de branco. Entre os dois, erguia-se o velho e feroz Sor Gerold Hightower, o Touro Branco, Senhor Comandante da Guarda Real.
Procurei-os no Tridente – disse-lhes Ned.
Não estávamos lá – respondeu Sor Gerold.
Seria uma aflição para o Usurpador se tivéssemos estado – continuou Sor Oswell.
Quando Porto Real caiu, Sor Jaime matou o vosso rei com uma espada dourada, e eu me pergunto onde estariam.
Longe – disse Sor Gerold -, caso contrário, Aerys ainda possuiria o Trono de Ferro e o nosso falso irmão estaria ardendo nos sete infernos.
Eu vim a Ponta Tempestade para levantar o cerco – disse-lhes Ned -, e os senhores Tyrell e Redwyne baixaram os estandartes, e todos os seus cavaleiros dobraram os joelhos para nos jurar fidelidade. Tinha certeza de que os encontraria entre eles.
– Nossos joelhos não se dobram facilmente – disse Sor Arthur Dayne.
– Sor Willem Darry fugiu para Pedra do Dragão, com a sua rainha e o Príncipe Viserys, Pen­sei que pudessem ter velejado com ele.
Sor Willem é um homem bom e leal – disse Sor Oswell.
Mas não pertence à Guarda Real – fez notar Sor Gerold. – A Guarda Real não foge.
Nem ontem, nem hoje – confirmou Sor Arthur, e preparou o elmo.
Fizemos um juramento – explicou o velho Sor Gerold.
Os espectros de Ned puseram-se ao seu lado, com espadas fantasmagóricas nas mãos. Eram sete contra três.
E hoje começa – disse Sor Arthur Dayne, a Espada da Manhã. Desembainhou Alvorada e a segurou com ambas as mãos. A lâmina era pálida como vidro leitoso, viva de luz.
Não – disse Ned com tristeza na voz. – Hoje termina – no momento em que eles atacaram juntos numa confusão de aço e sombras, pôde ouvir Lyanna gritar.
Eddard! – ela chamou. Uma tempestade de pétalas de rosa soprou através de um céu ris­cado de sangue, azul como os olhos da morte.
Lorde Eddard – Lyanna chamou de novo.
Prometo – sussurrou ele. – Lya, prometo…

Dizia-se que Rhaegar chamara àquele lugar de torre da alegria, mas para Ned era uma memória amarga. Tinham sido sete contra três, mas só dois sobreviveram: o próprio Eddard Stark e o pequeno cranogmano, Howland Reed

E aí, curtiram a versão do ilustrador sérvio para essa passagem? Algo a dizer a respeito dela? Os comentários estão abertos!