A sexta temporada de Game of Thrones tem sido uma verdadeira montanha-russa de emoções. Suceder “The Door” não foi uma tarefa fácil, nem mesmo para o diretor Jack Bender. Contudo, às vezes, a série precisa respirar. Seguindo semanas consecutivas de caos e reviravoltas, os roteiristas tiveram que arrumar a casa para o início do próximo arco. Bryan Cogman parece ser sempre o escolhido para esse tipo de trabalho. Ele foi responsável por outros episódios 6 como “The Climb”, o excelente “The Laws of Gods and Men” e o terrível “Unbowed, Unbent, Unbroken”. “Blood of My Blood” não foi tão bom quanto o segundo, mas não chegou perto da vergonha de ser parecido com o último. Foi uma hora regular de televisão, com algumas cenas redondas e concretas e as maravilhas visuais que são um bônus constante na adaptação.

Apesar da palavra “sangue” aparecer duas vezes no título, ninguém morreu (a não ser o cavalo da Daenerys). Em vez disso, tivemos um episódio focado nos diferentes tipos de família que a série representa. A importância dos laços sanguíneos e do legado das Casas sempre foi um tema constante em Game of Thrones, e tem se tornado ainda ainda mais forte nessa temporada à medida que irmãos e irmãs, pais e filhos ou sobrinhos e tios se reúnem na busca por uma identidade.

Família é o determinante primordial na hierarquia social de Westeros. Personagens como Bran, Benjen, Samwell, Arya, Jaime e Daenerys nasceram em Casas poderosas, mas foram tragicamente afastados destas. Pela escolha ou pela força, todos tiveram que abandonar seus sobrenomes nobres em algum ponto para servir a um propósito maior, seja na Patrulha da Noite, na Guarda Real, na Casa do Preto e Branco ou na Baía dos Escravos. Nesse episódio, de uma forma ou de outra, vimos eles reclamarem o Stark, Tarly, Lannister e Targaryen que existem dentro de si.

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Se Benjen foi revivido pela obsidiana, ela também é a sua fraqueza?

A busca de um lugar na família foi o que levou Benjen a partir para a Muralha anos atrás. Sem nada para herdar depois dos nascimentos dos filhos de Eddard, Benjen seguiu a tradição dos Stark e juntou-se à Patrulha da Noite, eventualmente sendo promovido à Primeiro Patrulheiro, honra que sustentava quando desapareceu misteriosamente em uma missão além da Muralha. No entanto, aos 1:03min. do vídeo Inside the Episode, Dan Weiss referiu-se a ele usando outro título: “Coldhands”. Em “A Dança dos Dragões”, Mãos Frias é o personagem misterioso que guia Bran e seus companheiros até a caverna do Corvo de Três Olhos. Desde sua primeira aparição no final de “A Tormenta de Espadas”, os fãs desconfiaram que a figura encapuzada era na verdade o Tio Benjen, mas o próprio George R. R. Martin desmentiu essa teoria quando sua editora sugeriu a mesma coisa e ele respondeu com um simples e enfático “NÃO”. Martin não tinha motivos para mentir para Anne Groell, ainda mais em um manuscrito que apenas anos depois acabou caindo na internet. Sendo assim, Coldhands/Benjen é um personagem exclusivo da série… e também é o mais puro fanservice – o que não é inteiramente ruim. Com as mortes do Corvo, de Verão e de Hodor, foi bom saber que Bran terá alguém conhecido e querido para impedir que ele faça besteira instruí-lo.

Carregando um mangual que parece conter a mesma magia de fogo das Filhas da Floresta, Benjen reaparece, depois de cinco temporadas, na hora certa para salvar o sobrinho e Meera,  enquanto o garoto está preso em suas visões do passado, do futuro e do presente. Em uma sucessão de tomadas mais rápidas que os ferreiros do Alto Pardal, vimos cenas da Torre da Alegria (incluindo a “cama de sangue” de Lyanna Stark) e da morte de Aerys Targaryen (que, curiosamente, tinha uma sala do Trono decorada de maneira idêntica à atual, reformada pelo Joffrey na segunda temporada). Vimos também as mortes de Ned, Catelyn e Robb, o que não é novidade para a audiência mas deve ter sido indescritivelmente doloroso para o personagem, já que Bran não esteve presente em nenhum desses eventos. Essa é uma dor que ele e Benjen partilham.

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Confira o breakdown de todas as visões clicando aqui.

 

As últimas visões exploraram, unicamente, trechos dos episódios “Valar Morghulis”, “Second Sons”, “Oathkeeper”, “Hardhome” e “The Door”, onde vimos os Caminhantes Brancos em ação. Interessante notar que a única voz ouvida nas cenas é a de Aerys gritando “Queime todos eles”, como uma dica entrecortada por vibrantes explosões de fogovivo. Esse conjunto de flashbacks (e flashfowards) não só servem como presságio do clímax da história – a grande guerra entre gelo e fogo – como também prenunciam um futuro muito mais imediato. Em “Kissed by Fire”, numa bela cena também escrita pelo Cogman, ficamos sabendo que Jaime quebrou seu juramento e matou o Rei Louco porque este planejava destruir Porto Real com a ajuda dos alquimistas. Planejava. Significa que nunca chegou a acontecer. Então por que Bran viu fogovivo engolir os túneis sob a cidade? Isso é algo que ainda pode acontecer, como o dragão sobrevoando a capital?

Uma coisa é certa: como outro Tio Ben da ficção diria, “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”. O novo Corvo de Três Olhos precisa aprender a controlar seus poderes. Antes que o Rei da Noite encontre seu caminho para os reinos dos homens.

Outro personagem que deve desempenhar um papel importante quando a Longa Noite chegar é o Samwell. Após uma das raras viagens que realmente duraram o tempo necessário na série, ele, Gilly e Júnior finalmente chegaram a Monte Chifre.

Quando Sam mencionava que seu pai era um homem rico, eu não imaginava que ele fosse THAT RICH! Vocês viram aquele palácio?! Como um dos comandantes mais respeitados nos Sete Reinos, a fortaleza de Randyll me pareceu muito pouco… militarizada (?). Os cenários desse núcleo foram certamente os mais bonitos e destoantes de tudo o que vimos na série.  Pareciam fazer parte de um episódio de The Borgias ou Da Vinci’s Demons (onde o papa interpretado por James Faulkner também não é nada amigável). Para ser honesto, eu sempre imaginei a Campina com esse ar mais verde e renascentista. A despeito de algumas inconsistências na cenografia – que podem ser relevadas, se considerarmos que se trata de um universo fantasioso – Monte Chifre é certamente um lugar onde eu gostaria de passar meus dias (imaginem Jardim de Cima).

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Os Tarly são, definitivamente, uma das famílias mais bem escaladas. E não apenas pela semelhança física, mas também pela sintonia entre os atores. A doçura de Melessa e Talla, a rigidez de Randyll e a vulgaridade de Dickon foram estabelecidas de maneira tão natural que foi fácil me acostumar com a presença deles.

A espantosa sombra do pai ronda Sam desde que o conhecemos na primeira temporada. Toda a sua inteligência e coragem simplesmente encolhem diante da maneira que Randyll o encara. Isso culmina na conhecida tradição televisiva do jantar desconfortável em família. O escárnio com que Randyll e Dickon reagem aos atos heroicos mencionados por Gilly são o suficiente para pintar o pequeno retrato que representa Sam na cabeça deles. Sua falta de ação enquanto o pai agride verbalmente a sempre leal Gilly, mostra o poder psicológico que o Senhor de Monte Chifre tem sobre o filho, mas também a sabedoria do mesmo, que prefere ouvir tudo calado para garantir a proteção daqueles que ama.

Quem ri por último, ri melhor. Sam pode não ser muitas coisas, mas ele é inteligente. Sabendo que aço valiriano tem o poder de matar Caminhantes Brancos, nosso Matador rouba a Veneno do Coração, provavelmente para estudar suas propriedades quando ele chegar na Cidadela. Ele pode ter vivido boa parte da vida com medo, mas ao defender os Sete Reinos na Muralha, emergiu como um dos homens mais corajosos de Westeros, tendo enfrentado perigos que pouquíssimos guerreiros tiveram que enfrentar. Essa foi a última e única vez que vimos Randyll ou ele irá atrás de sua espada?

Deixe-o tentar.

Para descobrir quem ele é (e descobrir como ele e Gilly só tem um ao outro), Samwell precisou voltar para a sede de sua Casa. Arya não teve tal privilégio, mas, ainda assim, seu arco foi novamente o melhor de todo o episódio.

O treinamento dela para se tornar uma serva do Deus de Muitas Faces foi algo que sempre soou melhor no papel. A ideia de vermos a garota como uma assassina sem rosto é certamente uma promessa interessante nos livros, mas teria tirado de nós todas as facetas que fazem de Arya um personagem tão marcante na série.

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“Toda a esperança se foi, toda a alegria perdida. Não haverá amanhã.”

A sequência do espetáculo “The Bloody Hand” funcionou, mais uma vez, como um espelho da própria adaptação. Em meio a todos os puns, arrotos e tapas, são os personagens que enriquecem a trama. Mesmo com a vilania histriônica de Bobono e as mortes exageradamente cômicas, é pela atuação sutil e tocante de Lady Crane que o público realmente se interessa. De fato, Essie Davis é tão boa que até Arya se comove com sua interpretação de Cersei. As frases declamadas pela atriz podem ter sido mau escritas no contexto da peça mas, fora dela, pareciam falar indiretamente com a assassina.

Uma coisa que marcou “Blood of My Blood” foram os raros momentos de solidariedade entre as personagens femininas. Primeiro, com Melessa e Talla em relação à Gilly e, depois, com “Mercy” em relação à Lady Crane. Claro que a rivalidade entre elas também esteve presente na jovem atriz Bianca, que encomendou o assassinato da companheira (como ela pagou ou vai pagar por isso?) e na nossa simpática Criança Abandonada que, novamente, mostrou o quanto está louca para dar um fim à aprendiz.

Mas pera aí… ela não deveria ser “ninguém”? Por que diabos ela pode expressar seus desejos? E por que diabos Jaqen não parece se incomodar?

Essa semana, surgiu uma teoria interessante que pode explicar essa relação entre os três. Pessoalmente, por algum motivo, eu tive a impressão de que Jaqen quer que Arya se livre da Criança Abandonada (todos nós queremos). E se ele mandou Arya para assassinar Lady Crane sabendo que ela não conseguiria fazê-lo? Ao longo de sua jornada, a garota já interpretou vários papéis (Arry, Nan, Lana, Mercy). Ela faria melhor uso de seus talentos como assassina ou como atriz? Um pouco dos dois? Talvez eu tenha gostado tanto da trupe de pantomimeiros que esteja enxergando coisas onde não existem, mas vou ficar bem satisfeito se, ao final dessa temporada, Arya fugir com eles para Westeros.

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Enquadramento na cena do camarim mostrou Arya emoldurada pela representação do Trono de Ferro

Claro que, antes disso, ela tinha que recuperar a Agulha. Assim como a Veneno do Coração simboliza a identidade de Sam enquanto Tarly, a Agulha é mais do que uma ferramenta para Arya. Se a moeda que Jaqen lhe entregou no final da segunda temporada era um convite para Bravos, a espada é um chamado de volta para casa.

O último quadro, em que vimos Arya apagar uma vela, preparada para enfrentar sua nêmese, além de muito bonito, também foi simbólico. Depois de quatro episódios completamente cega, a escuridão é sua última aliada.           

Ao contrário de Lady Crane, a verdadeira Cersei Lannister não precisa lidar com assassinos misteriosos que trocam de face (a única coisa mágica em Porto Real parece ser o Septo de Baelor que, como Hogwarts, muda todo ano). Na capital, deixamos a fantasia e os dragões de lado para abordar um tema muito mais fundamentado na realidade: o totalitarismo.

EDIT: Um dos nossos sábios leitores lembrou que, embora isso nunca tenha sido estabelecido na série, o Septo de Baelor original tem múltiplas entradas (provavelmente sete), e é bem possível que uma delas ofereça aquela visão para a Baía da Água Negra. Claro que a piada sobre Hogwarts deve ser encarada como tal, e não como uma crítica. Afinal de contas, com as mudanças de locação e até no orçamento da série, é bem normal que eles queiram dae um upgrade nesses cenários. Basta lembrar da estátua de Baelor e de Vaes Dothrak, por exemplo.  

A cena em que o Alto Pardal fortalece os laços com o rei mostrou claramente que o incesto prejudicou a inteligência do rapaz. Ok, eu estou sendo cruel. Tommen é jovem e manipulável, e sucumbe à doutrinação do Pardal não só por interesse nas palavras que o homem diz, mas por uma necessidade inconsciente de se distanciar da família complicada que ele tem. Além disso, o Pardal oferece ao garoto aquilo que ele mais desejava: a chance de reencontrar Margaery. A própria rainha parece ter desenvolvido um quadro de Síndrome de Estocolmo, apesar da postura desafiadora demonstrada em “Book of the Stranger”, quando ela visitou Loras em sua cela. Como um homem cuja existência baseia-se em confrontar a si mesmo e rejeitar-se por uma vida de eterna vergonha, penitência e auto degradação, cuja resposta à ameaça da morte de Jaime foi “Morrer a serviço dos deuses agradaria cada um de nós. Esperamos ansiosos por isso.”, o líder da Fé Militante possui uma incrível capacidade de gerar essa mesma transformação em outras pessoas.

Seja genuína ou simulada como parte de um jogo de poder ou tática de sobrevivência, a aparente “conversão” de Margaery foi crucial para que o Pardal conseguisse eliminar a divisão entre o estado e a igreja. De quebra, ela ainda parece ter ganhado a batalha contra Cersei pelo coração de Tommen. O fato de que os dois saíram ganhando dessa história sugere uma possível aliança?

A visão da Guarda Real trazendo Estrelas de Sete Pontas no peito selou a vitória da Fé. A própria construção visual da cena destacou, em sua grandiosidade, o quão pequenos Jaime e os soldados de Mace Tyrell pareciam em meio à multidão que aplaudia Tommen no Septo de Baelor. “Quando os muitos pararem de temer os poucos…”

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Randyll Tarly não deveria estar ali? Ou ao menos se importar?

A aplacação temporária da violência em Porto Real pressagia que uma grande tragédia ainda está por vir? Provavelmente (ainda estamos esperando pela fala de Cersei dos trailers). Esse núcleo sempre concentrou os principais jogadores da saga, afinal, é na Fortaleza de Maegor que está o grande prêmio: o Trono de Ferro, que reapareceu depois de quase 20 episódios (sua última aparição foi em “The Laws of Gods and Men”, durante o julgamento de Tyrion). Agora que Jaime está indo para as Terras Fluviais – depois de ter sido escorraçado da Guarda Real em uma cena que lembrou muito a recisão de Barristan Selmy em “The Pointy End” – espero que o reinado de Tommen passe a ter algum significado para as outras partes do continente.

A ideia de retomar o plot original dos livros significa que Dorne não foi nada na vida do Jaime? Ele e Cersei realmente vão ficar se agarrando em vez de buscar punir as assassinas de Trystane e Myrcella? Ninguém vai ficar sabendo do que aconteceu com Doran Martell? Obara e Nymeria ainda estão na capital? Talvez seja cedo demais para responder essas perguntas (a contenda com os pardais realmente deixou pouco tempo para isso).  Enquanto a série não descobre o que fazer com os dorneses, esquecê-los é um favor que fazemos a nós mesmos.

O trailer do episódio sugeriu que Jaime finalmente sairia do estado de inércia em que estava para fazer algo realmente importante, mas seus planos de redenção morreram nos degraus de pedra do Grande Septo, e o Regicida quebrou mais esse voto (embora ter visto ele matar Aerys nas visões do Bran tenha sido intrigante). Vamos esperar pela próxima análise, pelo cerco a Correrrio e pelo provável encontro com Brienne. Jaime e seu exército não vão mesmo fazer falta na capital. Nós temos o Montanha.

Quando a sinopse do episódio foi divulgada, a frase “um antigo inimigo retorna” automaticamente lembrou um personagem: Walder Frey. Em um episódio focado nas famílias, o homem com a família mais numerosa certamente não poderia faltar.

O Senhor da Travessia continua desprezível como sempre, mas David Bradley é sensacional. Eu assistiria ele interpretando um velho ranzinza por uma hora inteira e continuaria entretido até o final. Que ator! A breve participação dele serviu mais como prelúdio para introduzir elementos que veremos no próximo domingo, em “The Broken Man”, como o Peixe Negro e a Irmandade Sem Bandeiras. Como esperado, nenhuma menção à morte de Walda Frey foi feita até agora. Por ninguém.

Ah, e por falar em homens quebrados: Edmure está vivo (!). Sim, depois de três anos (??) como prisioneiro de Black Jack Randall, o cara, aparentemente, ainda não conseguiu fazer um filho na Roslin (???), e ainda é o único herdeiro legítimo de Correrrio. Talvez o cantor Tom das Sete estivesse certo a respeito dele quando compôs a canção do “floppy fish“.

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Apesar de só ter tido três minutos de tela, Daenerys soube aproveitá-los para fazer o que ela mais gosta. Essa temporada está constantemente aludindo a acontecimentos de temporadas passadas, principalmente a primeira. O discurso de Daenerys nessa cena foi, basicamente, o mesmo de Khal Drogo em Vaes Dothrak no episódio “You Win or You Die”. Os produtores usaram o mesmo truque em “Book of the Stranger”, recriando o batismo de fogo de Dany. Porém, dessa vez, a referência não surtiu o mesmo efeito. Apesar da mais incrível demonstração de CGI e da atuação de Emilia Clarke (que sempre convence quando está gritando em uma língua inventada), essa sequência foi mais uma desculpa para manter a rainha longe de Meereen por mais uma semana. Como o título do episódio foi uma referência direta à relação entre os companheiros de sangue e seus khals, tudo poderia ter sido um pouco mais significativo. A ligação entre Dany e os cavaleiros que ela escolheu como sua família foi estabelecida, mas o discurso em si, além de repetitivo, soou quase tão raso quanto aquele dado por Mace Tyrell em Porto Real, de modo que a presença de Drogon funcionou mais com uma distração (uma bela distração, diga-se de passagem). Quantos monólogos da Daenerys nós ainda teremos que ouvir antes que ela finalmente tome o que é dela?

O fato de Dany estar em busca de 1.000 navios para transportar o seu exército quando, no episódio anterior, Euron Greyjoy expressou seu desejo de construir uma frota com essa mesma quantidade mostra a sutileza com que os nossos roteiristas costumam trabalhar.

– Quem tem essa quantidade de navios?

– Ninguém.

– Ninguém ainda (mas daqui a uns três episódios…)

Por falar em Euron, no mesmo dia da exibição do episódio, George R. R. Martin leu um novo capítulo de “Os Ventos do Inverno”, onde Lucas Codd (uma das centenas de personagens que, assim como Tom das Sete, não existem na série) disse uma frase que, ao menos para mim, sintetiza bem o que vimos em “Blood of My Blood”: palavras são vento, mas sangue é poder. A última cena, que mostrou os dothraki reagindo aleatoriamente às palavras da khaleesi, lembrou bastante a Assembleia de Homens Livres da semana passada. Talvez, no fim das contas, os senhores dos cavalos e os homens de ferro acabem se dando bem como aliados. Tudo que eles precisam fazer é bradar.

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Opa, foto errada
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Drogon estava tão grande que mal cabia na tela

Frequentemente, Game of Thrones nos oferece o seu melhor quando retrata acontecimentos menores e mais pessoais. “Blood of My Blood” foi um belo exemplo disso, visto que o último e maior momento do episódio – claramente concebido para ser épico™ – foi também o mais superficial.


O Podcasteros do episódio sairá em breve.