Aviso: Eu não gostei do episódio, então o texto terá críticas. Se você não está preparado, ou acha que pode se sentir pessoalmente ofendido por elas, talvez seja melhor voltar, se assim desejar, na semana que vem, quando eu estarei mais feliz e (espero) positivamente surpreso com o resultado do Snowbowl. Abraços e sete bençãos! 🙂
Assim como seu antecessor, “No One”, dirigido por Mark Mylod e escrito por David Benioff e D. B. Weiss, brincou com a moralidade complexa de personagens como Arya Stark, Sandor Clegane e Jaime Lannister. Cada um desses três apresenta, a seu modo, duas (ou até mais) expressões distintas de identidade. Enquanto o bem e o mal vivem um eterno conflito mundo afora, é o bem e o mal que coexistem dentro desses personagens que faz do épico de George R. R. Martin algo tão fascinante. Que face eles escolherão usar? Essa não é uma decisão fácil, mas precisa ser uma decisão rápida, visto que a temporada impiedosamente segue seu curso em direção ao clímax.
Embora os produtores tenham escolhido tratar sequências potencialmente sanguinolentas de maneira elegante e reservada (como as mortes da Waif e do Peixe Negro), nós tivemos uma boa cota de violência preenchida nesse episódio. Principalmente por conta dos irmãos Clegane que, ao defender Cersei com uma lealdade cega ou buscar vingança pela morte de um amigo, não fizeram nada além de atender os chamados de suas próprias naturezas.
Em uma das primeiras cenas, vimos dois dos três “homens quebrados” que massacraram a comunidade hippie na última semana. Como era de se esperar (?) depois de matar cruelmente dezenas de camponeses inocentes (mulheres e crianças inclusas), os caras estavam relaxando ao ar livre, enquanto ensinavam dois rapazes mais jovens como conquistar uma dama – lição de beijo que rapidamente se transfigura em uma lição de abuso, é claro. Um dos jovens foi interpretado pelo mítico Steve Love, famoso pelas imitações perfeitas dos personagens de Game of Thrones que faz no YouTube. Tristemente, em uma série onde o personagem de Ian McShane dura um episódio, era óbvio que Steve não sobreviveria a primeira cena (pelo menos McShane não teve o dedo de ninguém enfiado na bunda). Dito isso, Rory McCann nos lembrou logo de cara o quão formidável e contumaz ele é como ator. Como sobrevivemos a duas temporadas inteiras sem o Cão de Caça?
Enquanto admirador dos Homens Alegres da Floresta da Irmandade Sem Estandartes e sua nobre causa, fiquei feliz em saber que Limo Manto Limão e os outros eram desertores que estavam sujando o bom nome do bando. Também fiquei estranhamente contente ao saber que, depois de anos de falsas esperanças, não teremos a Senhora Coração de Pedra. Sim, Beric Dondarrion vivo a essa altura do campeonato significa que não teremos Stoneheart. Ao menos não como um espectro zumbi de vingança. Depois de tanto tempo, o corpo de Catelyn Tully já virou comida de peixe, e eu duvido muito que irão reviver outro personagem para calçar seus sapatos, ainda mais na temporada em que Jon Snow foi ressuscitado de maneira similar.
Mesmo no texto original, as vezes sinto que a personagem não faz jus à memória de Cat, mas Martin consegue conduzi-la de maneira minimamente satisfatória, e eu duvido que David e Dan seriam capazes de fazer o mesmo. Tudo que podemos fazer agora é aceitar, seguir em frente e esperar por “The Winds of Winter”. Na adaptação, como diria o Corvo de Três Olhos, a tinta secou.
Além disso tudo, foi muito bom rever Beric e Thoros de Myr com seu exótico corte de cabelo depois de três temporadas. Os atores são tão bons que não precisamos de muito para reconhecer o respeito mútuo entre os personagens, algo bem similar ao que vimos com Jaime e Brienne ou Tyrion e Varys. O feeling de continuidade da cena foi excelente, e teria sido ainda melhor se tivessem chamado o Anguy para ameaçar o Cão com seu arco. Enfim, os caras da Irmandade são tão gente fina que deixaram Sandor enforcar dois dos foras-da-lei em solidariedade à sua perda, enquanto sabiamente evitaram que ele alimentasse ainda mais seu instinto berserker.
Todos morremos de um jeito ou de outro. É isso que o Cão responde, quase referenciando o mantra dos Homens Sem Face. No final, ele acaba cedendo às exigências de Thoros e Beric, enforcando os últimos responsáveis pela morte do Irmão Ray. E por falar no Irmão Ray, os líderes da Irmandade fizeram um bom trabalho ao ecoar seus ensinamentos, adicionando novas vozes ao coro de redenção de Sandor. Foi quase como se estivessem espionando Ray e seu rebanho esse tempo inteiro.
Parece que o Senhor da Luz mostrou à Thoros e Beric o verdadeiro perigo que espreita além da Muralha, assim como, supostamente, também mostrou a Melisandre e Stannis, direcionando eles para o Norte. O sacerdote e seu companheiro sabem que o Cão de Caça pode ser útil na grande guerra que virá, por mais rude e nocivo que seu comportamento seja.
Propósito é o combustível perfeito para substituir o ódio de Sandor nessa nova fase de sua vida. Mas ele ainda prefere galinha.
Os dois lados de Jaime estiveram em evidência nesse episódio. Brienne representa a melhor parte dele, o talentoso espadachim, manchado pela imponência de sua Casa. Cersei representa o outro lado. O assassino de parentes que só conhecemos na série. O cara que atira uma criança da janela de uma torre e ameaça lançar outra criança sobre as muralhas de um castelo usando uma catapulta. Tudo em nome do amor. A mera presença da donzela de Tarth faz com que Jaime se sinta forçado a ser melhor do que ele é. Por isso a reunião e a despedida dos dois foi tão especial.
Sozinho com Edmure, Jaime pôde mostrar sua outra faceta. O embate entre os dois foi um dos pontos mais altos do episódio. Atuações, script, montagem… tudo na cena funcionou perfeitamente. O jogo das câmeras, que se dividiam entre closes de ambos os presentes, mostrou como a discussão foi acirrada até o fim, quando o Regicida conseguiu convencer o legítimo Senhor de Correrrio a entregar seu castelo. Ao passo que Sandor e Arya precisaram escolher qual parte deles prevaleceria, Jaime conseguiu encontrar um equilíbrio. Apesar das violentas ameaças proferidas, ele conseguiu levantar o cerco sem muito derramamento de sangue, honrando o respeito que tinha por Catelyn. Graças a Jaime, Brienne teve a chance de resgatar Sansa, e a espada que ela carrega é prova disso. Até Edmure foi recompensado pelos serviços prestados, tendo a chance de viver o resto de seus dias nas Terras Ocidentais, com sua esposa e seu filho.
Eu fiquei satisfeito em saber que o filho de Edmure não foi inteiramente cortado da história como eu imaginava. No livro, Roslin e o bebê ainda não nascido são as principais razões que fazem com que ele se submeta à vontade de Jaime. Se na série esse filho já nasceu, e ainda por cima é um menino, por que diabos os Freys mantiveram Edmure vivo e ainda o trataram como “o prisioneiro mais importante” até o fim?
A sequência em que o exército Lannister (e Frey) adentra Correrrio, pisando nos estandartes da Casa Tully ao som de “The Rains of Castamere” foi poderosa e, ao mesmo tempo, triste. Só não foi mais triste do que a morte do tio Brynden. O modo como Edmure ordenou que seus homens capturassem o tio foi um pouco bizarro, e bem diferente daquilo que vimos em O Festim dos Corvos, onde o sobrinho dá tempo para que Peixe Negro fuja nadando antes de devolver o Correrrio para os Freys. Como ele dirá a si mesmo que é uma pessoa decente depois disso?
Por mais lamentável que essa morte tenha sido (principalmente por ter acontecido fora da tela), ela fez sentido para o plano narrativo da adaptação, onde Peixe Negro já tinha fugido das Gêmeas na noite do Casamento Vermelho. O homem podia ser teimoso como um touro velho, mas não era do tipo que foge mais de uma vez.
Por vezes, Game of Thrones é tão pesado que momentos de leveza são importantes, mas nem sempre conseguem o resultado esperado. Apesar de ter se prolongado mais do que o necessário, o reencontro de Bronn e Podrick foi um bom exemplo. Os dois tinham um bom relacionamento enquanto serviram Tyrion Lannister, e foi bem legal perceber o quanto eles continuam a se dar bem, mesmo depois das mudanças que sofreram e da longa jornada percorrida desde que se separaram na quarta temporada. A cena entre o próprio Tyrion, Missandei e Verme Cinzento em Meereen não foi tão bem-sucedida.
Quando o Duende propôs que seus dois companheiros contassem piadas e eles recusaram, eu literalmente rezei para que ele não viesse com uma das suas. Ele veio e, como esperado, foi tão sem graça quanto nas outras 357 vezes em que tentou usar bebida para alegrar Missandei e Verme Cinzento nessa temporada. Ao menos agora ele conseguiu, e tivemos um adorável momento de Missandei rindo sozinha sob o efeito do vinho (deixemos que ela conte as piadas da próxima vez). Sério, eu entendo que Tyrion se sente entediado em Meereen, mas isso não significa que nós também precisemos nos sentir desse jeito. Claro que não estou criticando o personagem ou o ator, que certamente é um dos meus preferidos no elenco. Estou criticando quem o escreve. Se esse núcleo padece pela falta dos jogos políticos que vemos nos Sete Reinos e, especificamente, em Porto Real, a culpa é inteiramente dos roteiristas, que preferem investir o pouco tempo de tela em diálogos cheios de gracejos e álcool.
Antes disso, vimos a eloquente (e linda!) sacerdotisa vermelha de Kinvara espalhando a palavra de Deus por Daenerys, enquanto Tyrion e Varys se despediam no porto. A amizade entre esses dois personagens parece uma das coisas mais sinceras na série, o que é bem engraçado, visto que ambos são conhecidos pelas suas mentiras e maquinações. Mais uma vez, a Aranha alertou Tyrion sobre seu envolvimento com os fanáticos (o que é quase poético, visto que quem acaba queimando a cidade não são os servos de R’hllor). Tyrion retrucou, e Varys rebateu com uma das frases mais interessantes já ditas em Game of Thrones: “Se você fizer a barba com uma navalha, você diria que ela funcionou. Mas isso não quer dizer que ela não cortaria sua garganta.” Bom trabalho, D&D! Infelizmente, meu lapso de admiração não durou muito tempo, já que Tyrion respondeu à essa pérola com uma de suas imprescindíveis PIADAS DE EUNUCO™!! “Disse o homem que nunca precisou se barbear”. HAR!!!
Me pergunto porque Varys escolheu justo esse momento para partir em busca de “aliados e navios”. Na quinta temporada, ele só chegou a Meereen depois que Daenerys tinha partido, e agora partiu antes que ela voltasse. Esse timing só acrescenta mais lenha à teoria de que o eunuco, talvez, esteja por trás dos Filhos da Harpia. Eu prefiro não acreditar nesse tipo de coisa, e esse episódio mostrou bem o motivo. Estou mais interessado em saber o que Varys fará de volta em Westeros. Ele se baterá com Frota de Ferro no caminho? Vai a Dorne buscar o apoio de Ellaria? Ou quem sabe até Jardim de Cima, formar uma aliança com a Rainha dos Espinhos… Uma coisa parece certa: veremos uma adaptação do epílogo de “A Dança dos Dragões” no season finale. Espero não me desapontar.
A tomada onde vemos os navios dos mestres de escravos atacarem a Grande Pirâmide foi visualmente incrível e só não teve tanto impacto porque, bem, é Meereen. O papel de Tyrion nessa temporada foi, basicamente, esperar pelo retorno de Daenerys. Assim como todo o arco de Arya em Bravos parece ter sido uma longa espera pela hora certa de voltar para casa. Nem mesmo a chegada a rainha foi animadora, em parte por causa da atuação de Emilia Clarke, que só fez encarar os súditos com um semblante indecifrável e é isso aí. A visão de Drogon voando ao fundo sugere que os mestres serão pagos na mesma moeda: fogo. E quanto a Rhaegal e Viserion? Ao contrário dos roteiristas, nós não esquecemos que tem mais dois dragões desacorrentados descansando pacificamente sob a pirâmide. A quantidade de recursos subutilizados (quando não sumariamente ignorados) nessa série me espanta. Em todo caso, é reconfortante saber que esse enredo está chegando ao fim.
(Alguns comentaristas do site questionaram o uso de trabucos nas popas dos navios, então decidi pesquisar e achei esse artigo – em inglês, onde o autor aponta que esse artifício foi muito utilizado na história, em ataques a fortalezas e cidades costeiras como a atual Durrës, na Albânia.)
Enquanto os planos de Tyrion viram piada no leste, em Porto Real, as pessoas continuam sem ter ideia de que ele está vivo e GOVERNANDO uma cidade. Ele é ou não é o “anão mais famoso do mundo”? Enfim, nessa semana finalmente vimos Cersei escolher a violência para cima dos Pardais, e a cena foi satisfatória. Ok. Muita gente esperava mais disso, especialmente por causa do hype gerado em cima do trailer. Mas convenhamos que, se o massacre fosse maior, Lancel morreria, e nós provavelmente não teríamos a cena seguinte com Kevan. Ou será que teríamos? Depois de assistir o episódio algumas vezes eu ainda não consegui decidir se Tommen cancelou o Cleganebowl julgamento por combate por causa do ataque do Montanha ou se o anúncio na Sala do Trono aconteceu logo depois dali.
Ignorando o Ctrl C + Ctrl V no discurso do rei (sobre a Coroa e Fé serem os pilares que sustentam o mundo e etc.) e a estranha ausência de Margaery, essa cena foi muito boa. É difícil não sentir um pouco de pena da Cersei, mesmo depois de tudo o que ela fez e ainda pode fazer. Como Benioff apontou no Inside the Episode, Tommen pode ser fraco e manipulável, mas ele não é estúpido. Ele sabe que o Gregor Clegane era a única chance de Cersei se dar bem no julgamento, e ainda assim proibiu o combate.
De todos os golpes que a Rainha Regente sofreu, esse certamente foi um dos piores. O modo como ela foi rejeitada diante de toda a corte, as mulheres se distanciando dela na galeria, por repúdio ou por simples medo do Montanha… foi humilhante. Pude imaginar o sorrisinho do Alto Pardal assistindo tudo aquilo. Mesmo quando o homem não aparece, podemos ver a sua sombra projetada atrás do trono. Uma sombra tão grande que Arya facilmente venceria uma luta às escuras sob ela. A sutil contribuição de Ramin Djawadi na trilha sonora foi novamente a cereja no bolo.
O tal rumor investigado por Qyburn se tornou um prato cheio para especulação. No início, pensei que eles finalmente estivessem se referindo a Tyrion, mas esse fui apenas eu botando fé na memória seletiva dos produtores. Depois de muita oração e reflexão, passei a concordar com a maioria dos fãs: eles estavam falando de fogovivo.
Em “Kissed by Fire”, Jaime mencionou os planos de Aerys Targaryen de destruir toda a capital com o auxílio de seus piromantes. Com a morte do rei, a substância foi esquecida até a segunda temporada, quando Tyrion e Bronn visitaram Hallyne e descobriram que a Guilda dos Alquimistas ainda fabricava fogovivo a mando da própria Cersei (!?!). Já em “Blood of My Blood”, uma das visões de Bran mostrou o fogovivo consumindo os túneis subterrâneos de Porto Real. Se que aquela explosão não ocorreu nos tempos de Aerys e nem na Batalha da Água Negra, podemos assumir que seja uma visão do futuro, certo?
Se Cersei queimar o Septo, que foi enfaticamente referido como o local onde ocorrerá o julgamento, quem garante que o fogo não vai sair do controle e destruir toda a cidade? Lembram da visão de Daenerys na Casa dos Imortais, quando ela entrou na Sala do Trono destruída e coberta de neve e/ou cinzas? Se Jaime retornar para a capital e presenciar esses acontecimentos, ele matará a irmã, assim como matou o Rei Louco? São tantas perguntas que eu até fico com medo das respostas. Ainda mais depois da conclusão risível que tivemos para a estadia de Arya em Bravos.
Por mais decepcionante que tenha sido a resolução deste núcleo, tivemos momentos brilhantes, especialmente envolvendo Lady Crane, a melhor coisa que Bravos nos apresentou esse ano. Faz muito tempo desde que Arya teve uma cena com a mãe. Na verdade, acho que a série nunca explorou diretamente a relação entre as duas. Foi bacana que a garota tenha encontrado uma figura maternal como Lady Crane, que até lembra Catelyn em alguns aspectos. Arya pode ter ido até a atriz por desespero, mas a química entre Essie Davies e Maisie Williams fez com que a afinidade entre elas parecesse genuína. Pena que durou pouco. Eu realmente queria que Arya se juntasse aos atores e viajasse com eles por Westeros, como Kvothe e seus pais no início de “O Nome do Vento”, mas suponho que não teríamos tempo para tanto.
Como todos os personagens decentes que David e Dan criaram exclusivamente para a série, Lady Crane teve um fim deplorável nas mãos da doce Criança Abandonada. Essa foi a deixa para que Arya fugisse pela janela, com movimentos de parkour dignos de uma pessoa que não foi quase eviscerada no episódio anterior ou que não estava sob efeito do leite da papoula. Uma caçada frenética se seguiu pelos becos e escadarias da Cidade Livre, e, embora ela tenha excedido os limites da credulidade, não podemos negar que a direção de Mylod foi impecável.
Logo percebemos que Arya estava deliberadamente guiando a Exterminadora para o esconderijo onde a perseguição teve fim. Lembram quando eu disse, em uma análise anterior, que, depois de quatro episódios cega, a escuridão era a principal aliada da Arya? Ela foi esperta ao usar essa vantagem, e o roteiro também. Muita gente reclamou de a luta ter acontecido off-screen, mas, depois daquela corrida intensa, já tivemos nossa dose de adrenalina. Se Arya era a única que podia enxergar no escuro, achei justo que nós também tenhamos ficado de fora.
Contudo, os acertos técnicos não mudam o fato de que, no fim, todo o plot de Bravos pareceu extremamente raso. Se filtrarmos as duas temporadas em que Arya serviu ao Deus de Muitas Faces, o que REALMENTE mudou? O treinamento elaborado que a garota atravessou nos livros foi descartado em prol de um relacionamento genérico e maniqueísta de antagonismo entre ela e a Waif, sem o qual não sobra muita coisa para comentar sobre.
O mais provável é que a garota siga para as Terras Fluviais, para levar vingança aos Freys no lugar da Coração de Pedra. Quem melhor para fazer isso do que a única Stark viva que realmente viu a chacina nas Gêmeas? Nesse caso, as mentiras e os venenos que ela aprendeu a manipular devem se mostrar úteis. Todos os personagens que Arya conheceu estão reunidos nessa parte do continente: a Irmandade, o Cão, Brienne, Torta Quente (torta de Freys, alguém?) e, possivelmente, Gendry. Até a loba Nymeria pode estar lá, e isso precisa significar alguma coisa. Se Arya for para Winterfell, seu novo skillset dificilmente servirá de alguma ajuda. A não ser que o Rei da Noite fique preso com ela em um cômodo escuro.
Quando a câmera mostrou o rosto da Criança Abandonada no Salão das Faces, tudo que eu consegui fazer foi dar risada dos milhares de teóricos que surgiram pela internet na semana passada. Lembram de quando todos pensamos que Talisa era uma espiã dos Lannisters? Ou quando suspeitamos que o colar de Myrcella tivesse sido enviado por Mindinho? Será que ninguém aprendeu a lição?
Confesso que realmente gostei de uma das teorias, mas nunca cheguei a acreditar inteiramente nela. Ao contrário do que acontece nos livros, em Game of Thrones, as respostas são sempre as mais fáceis e mais óbvias. Canhota ou destra, Arya é uma Stark, e nada ou ninguém pode mudar isso. A constante necessidade de criar conjecturas e fazer malabarismos para explicar os buracos no roteiro da série só prova que, em seu estado atual, ele mal consegue se sustentar sem a dedicação (e o imaginário) dos fãs.
A maioria dos gifs que ilustram a análise foram garimpados desse site. O Podcasteros do episódio deve sair em breve. Aguardem!