Em entrevista ao podcast da Indiewire, o diretor Miguel Sapochnik compartilhou detalhes bastante interessantes sobre seu trabalho em ‘Game of Thrones‘, criando muitos dos episódios inesquecíveis da série. Entre as questões levantadas, ele revela que a sequência ‘The Long Night‘ poderia ter sido muito diferente daquela que vimos em tela.
Eu queria matar todo mundo. Queria matar Jorah na primeira investida, no começo. Eu estava pronto para matar absolutamente todo mundo. Eu queria que fosse implacável, de modo que nos primeiros 10 minutos você dissesse: “Todas as apostas estão canceladas; qualquer um poderá morrer.” E David e Dan não quiseram. Houve muitas idas e vindas sobre isso.
Sapochnik também conta que os showrunners escolheram salvar parte do material que ele queria usar em “The Long Night” para “The Bells”, o penúltimo episódio da série.
Quando Miguel, David e Dan se sentaram para discutir a Batalha de Winterfell, Sapochnik já tinha alguma experiência em brigar com Weiss e Benioff sobre escolhas de direção. Nesta entrevista, ele também relembra um desentendimento sobre os episódios da quinta temporada, onde assina a direção de “The Gift” e “Hardhome”, falando especificamente de cenas sobre Tommen e Meistre Aemon. “Fui visualmente policiado nos primeiros três meses de minhas filmagens, e isso tornou a criação de ‘Hardhome’ realmente difícil porque eu os irritava“, disse Sapochnik.
Divergências com Benioff e Weiss
Ao descrever essas divergências, o diretor relembra os acontecimentos como alguém que aceitou os termos e assumiu a série dentro das regras dos criadores da HBO.
Acho que a coisa fundamental é que esta não é a minha série, certo? Eu não fiz a série. Sou um diretor contratado para fazer isso. Eles me deixaram entrar e me envolver, e eu realmente amei fazer isso. Mas o corte final não é meu. O corte final é deles; é a escolha deles.
Ele adiciona que David e Dan são completamente implacáveis ao apontar: ‘Não queremos isso‘. Mas ele mesmo admite que muitas vezes chegaram a um acordo, e de que suas ideias seria fisicamente impossíveis de ser realizadas.
Como exemplo, no passado, o diretor havia afirmado que precisou retirar o lobo de Jon Snow, Fantasma, da sequência da Batalha dos Bastardos, para a sexta temporada. O mesmo problema ocorreu durante a produção da oitava temporada, onde ele explica que sugeriu a ideia do lobo gigante liderando uma alcateia para derrubar Viserion.
Cinquenta lobos gigantes atacando um dragão
Havia muitas coisas que as pessoas teriam ficado tão felizes por acontecer – ataques de lobos gigantes e coisas malucas. Em um certo ponto você pensa, ’50 lobos gigantes atacando um dragão morto-vivo não faz um bom filme’; São coisas que não filmamos; faz parte do processo. ”
Sapochnik vai além, e tenta explicar como funcionou o sedimento para os diretores de ‘Game of Thrones‘ ao longo dos oito anos de série. Segundo ele, Benioff e Weiss desejavam que a série fosse um filme de 70 horas.
Se eu voltar à minha conversa original com eles, eles disseram que queriam que fosse visto como uma obra de 70 horas, visto como um filme completo – e é por isso que eles não queriam diretores diferentes tentando fazer coisas diferentes, eles queriam um estilo que fosse consistente.
Sobre ‘The Long Night‘, o episódio que levou 55 noites para ser filmado, ele especifica que a escala era pensada nas ações que o momento exigia, muitas vezes focadas em “personagens menores”. Menos sobre o que o vilão seria capaz de fazer, priorizando o que era “mais importante”.
Dentro de ‘The Long Night’, haveria uma extensa seqüência de batalhas em que você veria a luta do Night King. Muitas coisas aconteceriam. Mas quando chegamos lá, no processo de preparação, priorizamos o que é importante (…)
No final de uma batalha de 80 minutos, eu deveria me importar se o Night King terá alguns movimentos extravagantes com sua lança? O momento em que mais me importo é este – que eu realmente gostei de fazer e assistir – onde Theon, Bran e o Night King estão neste pesadelo de conto de fadas surreal, com a árvore vermelha e a neve caindo (…). Isso para mim é mais importante do que o Night King fazendo malabarismos.”
A seguir, o áudio completo da entrevista:
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