Os contos de Dunk e Egg foram a primeira obra derivada de As Crônicas de Gelo e Fogo criada por George R. R. Martin, muito antes dos livros de história imaginária (O Mundo de Gelo e Fogo e Fogo & Sangue). O primeiro conto do cavaleiro andante Duncan, o Alto, e seu escudeiro Aegon “Egg” Targaryen foi escrito por GRRM no intervalo entre as publicações de A Guerra dos Tronos (A Game of Thrones) e A Fúria dos Reis (A Clash of Kings), ainda em 1998.
Martin, na verdade, credita o conto como impulsionador da popularidade da série principal. A história foi publicada originalmente na antologia Legends, de Robert Silverberg, que incluía contos de vários autores consagrados. À época, muitos leitores tiveram seu primeiro contato com Westeros através de O Cavaleiro Andante nessa coletânea, e daí partiram para As Crônicas de Gelo e Fogo.
Depois da primeira história, mais duas foram publicadas: A Espada Juramentada, em 2003, e O Cavaleiro Misterioso, em 2010 (anos mais tarde elas seriam reunidas em um volume único, O Cavaleiro dos Sete Reinos). Como os contos foram criados e publicados durante a escrita dos livros da série principal, é possível para o leitor encontrar algumas coincidências e relações temáticas e de tramas entre a saga de Dunk e Egg e o épico de Gelo e Fogo, e que ficam mais notáveis quando se leva em conta a época em que cada um deles foi escrito.
Como as aventuras de Duncan não se passam muito tempo antes dos eventos das Crônicas – se levarmos em conta que há histórias de milhares de anos sobre Westeros e Essos – não demorou para que os leitores começassem a questionar relações bastante diretas entre as duas séries. Uma dúvida que surgiu bem no começo foi: será que podemos encontrar descendentes de Duncan em As Crônicas de Gelo e Fogo? A resposta, segundo George R. R. Martin, é que sim. Que tal especularmos – com vários níveis de certeza – quem seriam eles? Embarque conosco nesse pequeno salto temporal por Westeros.
Como leitores e leitoras que acompanham nossos textos no Gelo & Fogo há algum tempo devem saber, em meus artigos procuro sempre, em primeiro lugar, buscar as fontes textuais e as declarações de George R. R. Martin a respeito do assunto. Neste caso não será diferente, até porque ele já disse algumas coisas bem interessantes a respeito.
Logo depois da publicação de O Cavaleiro Andante, ainda em 1998, alguns leitores já perguntaram a GRRM se Duncan havia constituído família e se ela poderia ser encontrada nas Crônicas. A resposta evasiva de Martin revela que ele ainda não havia pensado muito no assunto naquela época:
[sandrews pergunta se Duncan, do Cavaleiro Andante, foi pai de uma família, se a família existe na época dos livros, por que Aemon Targaryen não apareceu na história, e se Dany tem algum parente em Lys por causa do exílio de Aerion Chamaviva.]
Martin: As respostas para (i) e (ii) vão ter que esperar até que eu escreva mais histórias de Dunk e Egg, ou possivelmente até volumes posteriores em AS CRÔNICAS DE GELO E FOGO.
(Muitas Perguntas. Assim Falou Martin. Geloefogo.com, originalmente em Westeros.org. 14 de outubro de 1998.)
Aparentemente ele foi gradualmente passando a considerar essa ideia, porém, e alguns meses mais tarde o tom já foi diferente:
[ALANMAC perguntou se algum dos descendentes de Dunk aparecem em As Crônicas de Gelo e Fogo]
Martin: Oh, talvez.
(Descendentes de Dunk. Assim Falou Martin. Geloefogo.com, originalmente em Westeros.org. 7 de janeiro de 1999.)
Essa resposta, por mais curta que seja, já parecia indicar que Martin via com bons olhos a ideia de incluir algum descendente de Duncan na série principal. No ano seguinte, durante a turnê de autógrafos de A Tormenta de Espadas, a coisa ficou mais séria:
Tomei coragem para deixar escapar uma perguntinha de Gelo e Fogo, que era se encontraríamos algum descendente de Dunk nas Crônicas. Ele disse que sim.
(Mysterious Galaxy Signing. So Spake Martin. Westeros.org. 8 de novembro de 2000. Tradução minha.)
Desta vez a resposta foi bem direta e não deixou dúvidas: sim, encontraríamos algum descendente de Sor Duncan em As Crônicas de Gelo e Fogo. Ainda havia a dúvida, porém, se isso já havia ocorrido nos livros publicados ou se só teria lugar nos volumes futuros. Anos mais tarde, essa dúvida foi sanada no mínimo quanto a O Festim dos Corvos:
Perguntei se ele algum dia iria dizer qual personagem é descendente de Dunk. Recebi uma resposta meio azeda, “Dei uma dica bem forte no livro novo”, ao que respondi timidamente “É, mas eu li muito rápido, em três dias” Eu disse a ele que suspeitava de Brienne, mas que achava que ela era muito óbvia e que ele seria mais sutil, e ele disse “Você acha?”. Malandro reticente.
(US Signing Tour. So Spake Martin. Westeros.org. 10 de novembro de 2005. Tradução minha.)
A partir daí as coisas mudaram de figura, porque os leitores ficaram ainda mais ávidos quanto à questão e passaram a vasculhar o Festim mais especificamente. Ao longo dos anos, tornou-se uma “verdade não-confirmada” no fandom que a personagem em questão seria Brienne de Tarth (por motivos que abordaremos mais adiante). Em 2016 veio a confirmação: durante uma sessão de leitura na Balticon, GRRM foi perguntado se seria explicado como Brienne descende de Duncan, e respondeu que “sim, no momento certo“.
Agora que já sabemos que há descendentes de Duncan em As Crônicas de Gelo e Fogo, e que pelo menos um deles pode ser encontrado em O Festim dos Corvos, vamos investigar quem seriam os principais candidatos, com base no texto dos livros. Antes de começarmos, é bom lembrarmos de algumas das principais características de Dunk.
A enorme estatura e a grande força física são dois atributos notáveis do cavaleiro à primeira vista. Duncan, que nasceu na Baixada das Pulgas, em Porto Real, foi criado por um cavaleiro andante chamado Arlan de Centarbor, que, embora fosse um bom senhor, costumava também fazer pouco da inteligência de seu escudeiro em certos momentos. Isso se reflete na personalidade humilde de Dunk, que quando se vê falhando em alguma tarefa lembra-se das palavras de Sor Arlan. Ele também é muitas vezes inocente e ingênuo, embora também obstinado, corajoso e caridoso.
Em muitos debates sobre esse assunto nos fóruns e sites de discussão, alguns leitores mencionam que Martin teria dito certa vez que existem quatro descendentes de Dunk em As Crônicas de Gelo e Fogo, e muitas vezes até tentam especular quem seriam eles com base nesse número. No entanto, não consegui de forma alguma encontrar na web alguma fonte primária de George dizendo isso, motivo pelo qual não tomarei essa alegação como verdadeira. Pelas falas de Martin não é possível determinar ao certo quantos descendentes de Duncan há nos livros, apenas que com certeza um existe.
Um dos candidatos a ter em Duncan um ancestral é Walder, o simplório e muito alto cavalariço de Winterfell a quem todos chamam de Hodor. Desde A Guerra dos Tronos, o leitor já sabe que Hodor descende de outra figura emblemática de Winterfell: ninguém menos que a Velha Ama, que é sua bisavó.
Até o momento não há outras informações sobre a família de Hodor ou da Velha Ama, mas uma visão de Bran em A Dança dos Dragões pode indicar a relação deles com Duncan. Após ingerir a pasta de represeiro – que muitos acreditam ter também sangue de Jojen Reed, mas isso é assunto para outro artigo – e ter seus poderes de vidente verde potencializados, Bran experimenta uma série de visões pela árvore-coração de Winterfell.
Entre as visões, que aparecem em rápida sucessão, da mais recente para a mais antiga, o menino assiste ao pai Eddard em oração diante do represeiro, um menino e uma menina brincando de combate com pedaços de pau (que se acredita serem Benjen e Lyanna), e na sequência:
Depois disso, os vislumbres vieram cada vez mais rápidos, até Bran se sentir perdido e enjoado. Não viu mais seu pai, nem a menina que se parecia com Arya, mas uma mulher em gravidez adiantada emergiu nua e pingando da lagoa negra, ajoelhou-se diante da árvore e implorou aos deuses por um filho que a vingasse. Então veio uma garota de cabelos castanhos, esguia como uma lança, que ficou na ponta dos pés para beijar os lábios de um jovem cavaleiro tão alto quanto Hodor.
(A Dança dos Dragões. Capítulo 34, Bran III. Tradução de Marcia Blasques. Negrito meu.)
Nos três contos já publicados, o cavaleiro andante ainda não viajou por terras nortenhas, mas George R. R. Martin já comentou algumas vezes que iniciou a escrita de um quarto conto que se passaria no castelo dos Stark. O título provisório dessa história seria The She-Wolves of Winterfell (“As Lobas de Winterfell”), e ela seria publicada na antologia Mulheres Perigosas, mas Martin acabou não terminando o conto a tempo e ele foi substituído por A Princesa e a Rainha, um excerto do material de história imaginária que posteriormente apareceu em versão completa em Fogo & Sangue.
As evidências para a relação entre Hodor e Duncan são circunstanciais, é verdade, mas combinam com o modo de Martin de dar pistas. Dada a menção a um cavaleiro e o fato de que essa visão cronologicamente poderia coincidir com uma época em que Duncan está vivo, acredita-se que ele seria a figura que está beijando a jovem esguia diante do represeiro. A partir daí se faz, através da comparação feita por Bran da altura do homem com a de Hodor, uma ligação com este personagem, via Velha Ama (que também estaria viva à época da visão).
Outro personagem residente do Norte à época dos eventos de As Crônicas de Gelo e Fogo também pode ser um descendente de Dunk, mas este por um embasamento diferente. Grenn, um recruta que entra para Patrulha da Noite com Jon Snow e Sam Tarly, tem algumas características semelhantes ao cavaleiro andante que viveu mais ou menos 100 anos antes.
O texto dos livros não informa a origem geográfica ou o passado de Grenn, mas a impressão geral que Jon Snow tem dele, pelo menos à primeira vista, é a de que ele é lento e desajeitado. Os colegas patrulheiros com frequência fazem piadas com seu aspecto e a aparente lentidão de raciocínio, características que Duncan, em seus contos, também diz aplicarem-se a si mesmo.
A maior evidência, porém, está em uma piada recorrente que Pyp faz sobre Grenn:
– Os Outros ficaram com a sua bota, Matador?
Ele também?
– Foi a lama. Não me chame disso, por favor.
– Por que não? – Grenn parecia honestamente surpreso. – É um bom nome, e arranjou-o com justiça.
Pyp costumava provocar Grenn por ter a cabeça dura como a muralha de um castelo, portanto Sam explicou pacientemente.
– É só uma maneira diferente de me chamarem de covarde – disse, apoiado na perna esquerda e esforçando-se para enfiar o pé direito novamente na bota lamacenta. – Estão caçoando de mim, da mesma maneira que caçoam do Bedwyck quando o chamam de Gigante.
(A Tormenta de Espadas. Capítulo 33, Samwell II. Tradução de Jorge Candeias. Negrito meu.)
Pode se tratar apenas de uma expressão comum em Westeros, mas ela é fortemente associada a Duncan. Sempre que julga que fracassou em algo, ele se lembra de como Sor Arlan de Centarbor, seu falecido mestre, dizia que ele tinha a cabeça tão dura quanto a muralha de um castelo. A expressão é repetida nos contos de Dunk & Egg nada menos que 19 vezes.
O mais interessante é que a menção a Pyp se referir a Grenn dessa maneira só surge a partir de A Tormenta de Espadas, publicado em 2000. A data coincide com a época em que Martin passou a responder “sim” quando perguntado se seria possível encontrar descendentes de Duncan nas Crônicas.
O Norte ainda esconde outro patrulheiro com um caso similar ao de Grenn: Paul Pequeno. Suas duas características mais notáveis são ser um bocado simplório intelectualmente e sua enorme estatura. Ele faria parte do motim organizado por Chett e outros patrulheiros contra Jeor Mormont, não tivesse antes sido morto por um Outro e transformado em uma criatura.
Enquanto os rebeldes planejam a insurreição, em que o papel de Paul seria o de assassinar o próprio Senhor Comandante, e o seguinte diálogo tem lugar:
– Chett – disse Paul Pequeno enquanto avançavam penosamente por uma trilha pedregosa, aberta por animais entre árvores-sentinela e pinheiros marciais –, e o pássaro?
– De que merda de pássaro você está falando? – A última coisa de que precisava agora era de um cabeça oca perguntando de um pássaro.
– O corvo do Velho Urso – disse Paul Pequeno. – Se o matarmos, quem vai dar comida ao pássaro?
– Quem liga pra isso? Mate o pássaro também, se quiser.
– Não quero fazer mal a pássaro nenhum – disse o enorme homem. – Mas aquele é um pássaro que fala. E se ele contar a alguém o que fizemos?
Lark, o homem das Irmãs, soltou uma gargalhada.
– Paul Pequeno, cabeça-dura como a muralha de um castelo – caçoou.
– Fica quieto – disse Paul Pequeno, num tom que denotava perigo.
(A Tormenta de Espadas. Prólogo. Tradução de Jorge Candeias. Negrito meu.)
Temos novamente, portanto, o caso de um gigante com fama de pouco inteligente sendo chamado pela expressão característica de Duncan.
Por acaso ou não, em uma busca das ocorrências da expressão “thick as a castle wall” (“cabeça dura como a muralha de um castelo”) em todos os livros já publicados, os resultados, além das 19 menções de Duncan, são apenas em referência aos personagens citados aqui, o que aumenta ainda mais a possibilidade de se tratar realmente de uma pista de GRRM.
Por último, Brienne de Tarth, cujo caso já passou do status de teoria, já que houve confirmação pelo próprio George R. R. Martin. Ainda assim é interessante sabermos quais foram as dicas que ele deixou para que os leitores descobrissem que ela tem um ancestral em Duncan. Os indícios mais fortes, como o próprio autor disse durante uma sessão de autógrafos de O Festim dos Corvos, estão neste volume.
No quarto livro, Brienne é enviada por Jaime Lannister em busca de Sansa Stark, para que ele cumprisse sua promessa a Catelyn. Além da espada de aço valiriano Cumpridora de Promessas e uma carta assinada pelo Rei Tommen, Jaime deixa para ela um escudo com as armas da Casa Lothston, que ele encontrara na armaria de Harrenhal. A fama dos Lothston, porém, não é das melhores: a Casa havia sido a sexta a governar Harrenhal, mas, como as anteriores, caíra em desgraça, como a donzela de Tarth não tarda a descobrir.
Quando ela chega a Valdocaso, o capitão do portão diz que sua irmã pode fazer uma nova pintura no escudo, para substituir o morcego da desgraçada casa. Brienne vai até a residência dela, onde pede a ela que pinte o escudo com armas que vira há anos na armaria de seu pai, em Tarth. Ao final do capítulo, ela reflete sobre o brasão em questão:
A irmã do capitão foi encontrá-la na sala comum, bebendo uma taça de leite e mel, com três ovos crus atirados lá para dentro.
– Fez um belíssimo trabalho – disse, quando a mulher lhe mostrou o escudo recém-pintado. Era mais um quadro do que um brasão propriamente dito, e vê-lo a levou de volta através de longos anos até a escuridão fria do armeiro do pai. Recordou como fizera passar as pontas dos dedos pela tinta lascada que se desvanecia, pelas folhas verdes da árvore e ao longo do trajeto da estrela cadente.
(O Festim dos Corvos. Capítulo 9, Brienne II. Tradução de Jorge Candeias. Negrito meu.)
Trata-se, obviamente, das armas de Sor Duncan, criadas por ele, Egg e Tanselle, evocando o momento em que Duncan estava escorado em um olmo à beira da lagoa e viu uma estrela cadente no céu, além da memória de Sor Arlan:
A garota olhou para o escudo e então para ele.
– O que quer pintado?
Dunk não havia pensado nisso. Se não o cálice alado do velho, então o quê? Sua cabeça estava vazia. Dunk, o pateta, cabeça-dura como uma muralha de castelo.
– Não… não tenho certeza. – Suas orelhas estavam ficando vermelhas, percebeu, infeliz. – Deve achar que sou um completo bobo.
Ela sorriu.
– Todos os homens são bobos, e todos os homens são cavaleiros.
– Que cor de tinta você tem? – ele perguntou, esperando que aquilo lhe desse alguma ideia.
– Posso misturar as tintas para fazer qualquer cor que desejar.
O marrom do velho sempre parecera sem graça para Dunk.
– O fundo deve ser da cor do pôr do sol – disse de repente. – O velho gostava do pôr do sol. E o símbolo…
– Um olmo – Egg falou. – Um grande olmo, como aquele na lagoa, com tronco marrom e galhos verdes.
– Sim – Dunk concordou. – Isso deve servir. Um olmo… mas com uma estrela cadente em cima. Pode fazer isso?
A garota assentiu.
– Dê-me o escudo. Vou pintá-lo esta noite mesmo e devolvo para você de manhã.
(O Cavaleiro Andante. In: O Cavaleiro dos Sete Reinos. Tradução de Marcia Blasques. Negrito meu.)
Isso não significa que as pistas se resumem ao quarto livro, porém. Como nos outros casos, a ideia de fazer de Duncan um ancestral de Brienne parece ter surgido a GRRM durante a escrita de A Tormenta de Espadas. Mais uma vez, a fala de Sor Arlan a Dunk é repetida:
– Isso foi indigno – murmurou. – Fui estropiado e estou amargo. Perdoe-me, garota. Protegeu-me tão bem quanto qualquer homem poderia proteger, e melhor do que a maioria.
Ela enrolou sua nudez numa toalha.
– Está zombando de mim?
Aquilo voltou a enfurecê-lo.
– Terá uma cabeça tão dura como a muralha de um castelo? Isso foi um pedido de desculpas. Estou farto de lutar com você. O que diz de fazermos uma trégua?
(A Tormenta de Espadas. Capítulo 37, Jaime V. Tradução de Jorge Candeias. Negrito meu.)
O fato de essa fala ser usada também com Brienne se torna ainda mais interessante à luz da confirmação de sua ascendência por GRRM. Acaba por emprestar força à ideia de que nas outras ocorrências dela, com os outros personagens, tratava-se mesmo de uma pista deixada pelo autor, e não apenas a repetição de uma expressão comum em Westeros (embora habilmente funcione a esse nível também).
O caso de Brienne é ainda mais interessante por se tratar de uma casa nobre, ao contrário dos outros candidatos a descendentes, pois acaba por significar a bastardia da linhagem da Casa de Tarth, ainda que esse fato não seja público em Westeros. Duncan nunca se casou, e depois foi nomeado para a Guarda Real, chegando ao cargo de Senhor Comandante, que ocupou até a morte. Isso significa que a união dele com alguma mulher Tarth foi extraconjugal.
O que não sabemos é se essa Tarth já era casada, o que significaria que a paternidade de um eventual filho seria publicamente atribuída ao marido, ou se era solteira, o que resultaria em uma criança publicamente bastarda (que poderia ou não ser posteriormente legitimada). Como George já disse que no “momento certo” veremos a explicação de como Brienne descende de Duncan, podemos esperar algum esclarecimento quanto a isso.
Não sabemos quantos seriam os descendentes de Duncan em Westeros e nos livros das Crônicas, mas é possível que outros existam também (é claro, presumindo que os citados realmente o são). Alguns candidatos frequentemente citados entre os leitores são personagens famosos por sua estatura, como os irmãos Gregor e Sandor Clegane, por exemplo.
Não há nenhum argumento que de fato impeça que outros personagens também sejam descendentes de Duncan, mas tampouco existem mais evidências nesse sentido como há para os quatro personagens mencionados anteriormente. No caso dos citados acima, além das coincidências físicas, as personalidades deles também são coerentes com a de Duncan, o que também seria uma forma de o autor deixar pistas para seus leitores.
E você, tem mais algum candidato a descendente de Duncan a propor? Considera que os argumentos elencados aqui não são suficientemente fortes? Compartilhe, discuta e debata nos comentários. Até mais!
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