Buscar por significados em coisas aparentemente irrelevantes já é costume dos fãs de As Crônicas de Gelo e Fogo. Mesmo o menor dos personagens, por vezes, carrega pequenos indícios de fazer parte de algo muito maior, e isso é um dos grandes atrativos da série de livros de George R. R. Martin. As revelações de Arstan Barba-Branca, Fedor, Griff e Jovem Griff são algumas que nos deixam atentos, e geram especulações (com variados graus de probabilidade) sobre outros como Quaithe, Alleras, Lemore e Abel.

No entanto, um personagem que nunca me ocorreu que pudesse ter uma identidade o relacionando com um contexto completamente inesperado é o fora-da-lei Limo Manto Limão. No entanto, em algum momento do ano passado, descobri essa teoria no tumblr de Lady Gwynhyfvar (que também faz parte do podcast Radio Westeros) que me surpreendeu, justamente por apresentar evidências simples e bem fundamentadas. Resolvi então, entrar em contato com a autora e pedir sua autorização para traduzir sua especulação sobre Limo para o português. Confira o texto abaixo:


Introdução

Limo Manto Limão por David Demaret

Quem de nós nunca se perguntou sobre a verdadeira identidade do encantador Limo Manto Limão? Um dos líderes da Irmandade sem Bandeiras, Limo não tem um nome verdadeiro mencionado e nem uma história pregressa, apesar de nós sabermos o nome e história de muitos de seus companheiros, incluindo alguns muito mais insignificantes na narrativa. Algum tempo atrás, uma combinação inesperada de divagações, inspirada por perguntas de membros do fórum Westeros.org, me fez conectar Limo com outro personagem, cujo nome é mencionado apenas uma vez, e que é citado em só mais uma ocasião. Mas o que me levou a conectar Limo com Sor Richard Lonmount, outrora escudeiro e companheiro do Princípe Rhaegar Targaryen? Para ser honesta, de início, não foi nada além da cor de seus mantos, unida à convicção de que o cavaleiro das caveiras e beijos será importante. Mas no fim das contas, existe uma quantidade considerável de pistas textuais em favor dessa conexão. Inicialmente, eu fiz essa teoria sozinha, porém, boa parte do crédito deve ser dado aos membros do Westeros.org, que pegaram essa panela quebrada (N.T.: “cracked pot” é uma expressão em inglês para teorias com pouco embasamento) e a levaram a sério. Eu não acho que seja exagero dizer que, com a ajuda deles, essa panela agora pode ter água dentro.

“Prophecy”, por Patrick McEvoy © Fantasy Flight Games.

No capítulo 43 de A Tormenta de Espadas, a Fantasma do Coração Alto exige pagamento pelas notícias que deu:

— Um odre de vinho por meus sonhos, e, pelas notícias, um beijo do grande idiota com o manto amarelo. (…) A boca dele vai ter gosto de limões e a minha, de ossos. Sou velha demais. (A Tormenta de Espadas, cap. 43, Arya VIII).

Antes disso, a Fantasma também foi consultada sobre o paradeiro de Lorde Beric. Nesse encontro, a pequena mulher fala sobre todo mundo se referindo aos seus brasões e representações de suas casas. Ela tem essa interação com Limo:

— Sonhos — resmungou Limo Manto Limão -, de que servem os sonhos? Mulheres-peixe e corvos afogados. Eu também tive um sonho na noite passada. Estava beijando uma moça de taberna que conheci. Vai me pagar por isso, velha?

— A moça está morta — sibilou a mulher. — Só os vermes podem beijá-la agora. (A Tormenta de Espadas, cap. 22, Arya IV).

Com o bardo Tom das Sete, a referência nos dois encontros é uma canção. Com Limo, a referência é a… beijos.

O brasão da casa Lonmouth foi descrito como “partição em seis: lábios vermelhos sobre fundo amarelo, caveiras amarelas sobre fundo vermelho”. Foi essa conexão entre beijos, caveiras (ossos) e a cor amarelo que me deram o momento de “a-ha!”. Mas a conexões não param por aí.

Brasão da casa Lonmouth

Quando Arya o conhece, ela acha que ele tem a aparência de um soldado:

O homem que seguia ao seu lado era uns bons trinta centímetros mais alto, e parecia um soldado. De seu cinto de couro com rebites pendia uma espada longa e um punhal, fileiras de anéis de aço sobrepostos estavam costuradas em sua camisa, e sua cabea estava coberta por um meio elmo de ferro negro em forma de cone. Tinha dentes estragados e uma cerrada barba castanha, mas era o manto amarelo com capuz que chamava atenção. Grosso e peado, manchado aqui por mato e ali por sangue, puído ao longo da bainha e remendado com pele de veado no ombro direito, o manto dava ao homem o aspecto de um enorme pássaro amarelo (A Tormenta de Espadas, cap. 13, Arya II).

Pela falta de referência direta, é de se supor que ele não esteja entre o grupo original que partiu com Lorde Beric de Porto Real, sendo um dos que se juntou à Irmandade nas Terras Fluviais. Apesar disso, ele faz um comentário que possivelmente é revelador:

Anguy, o Arqueiro, disse:

— Somos homens do rei.

Arya franziu a testa.

— Qual deles?

— O Rei Robert — disse Limo, com seu manto amarelo (A Tormenta de Espadas, cap. 13, Arya II).

Como explicar esse homem grande, leal a Robert, que tem aparência de soldado, usa um característico manto amarelo e estava nas Terras Fluviais antes da missão de Lorde Beric? Vamos dar uma olhada nos fatos que temos sobre Richard Lonmouth. Sabemos que ele já foi companheiro e escudeiro do Príncipe Rhaegar:

O escudeiro do Príncipe Rhaegar foi Myles Mooton, e depois Richard Lonmouth. Quando ganharam suas esporas, foi ele mesmo quem os armou cavaleiros, e permaneceram companheiros próximos. (A Tormenta de Espadas, cap. 8, Daenerys I).

Também sabemos que a casa Lonmouth vem das Terras da Tempestade e que Sor Richard já foi, ao menos uma vez, companheiro de bebida do Lorde das Terras da Tempestade, Robert Batatheon:

O senhor da tempestade derrotou o cavaleiro dos crânios e beijos numa batalha de copos de vinho (A Tormenta de Espadas, cap. 24, Bran II).

Já que sabemos da reputação de Robert como um ávido beberrão, Sor Richard deveria uma tendência parecida, para deixá-lo tão envolvido na competição. Limo é um homem grande que gosta de beber:

Limo Manto Limão abriu caminho entre os outros. Ele e Barba-Verde eram os únicos homens com altura suficiente para olhar Cão de Caça nos olhos (A Tormenta de Espadas, cap. 34, Arya VI).

— Bem, eu mandei-os. Vocês deviam estar bêbados, ou dormindo.

— Nós? Bêbados? — Tom bebeu um longo trago de cerveja. — Nunca. (A Tormenta de Espadas, cap. 13, Arya II).

Nunca ficamos sabendo de que lado Sor Richard ficou na Rebelião de Robert. Myles Mooton lutou pelos Targaryens e foi morto no Septo de Pedra pelo próprio Robert Baratheon. Mesmo a última informação que temos sobre Lonmouth não nos dá uma indicação muito clara. Logo após a aparição do Cavaleiro da Árvore que Ri no torneio de Harrenhal:

Nessa noite, no grande castelo, tanto o senhor da tempestade como o cavaleiro dos crânios e dos beijos juraram que iriam desmascrá-lo, e o próprio rei exortou os homens a desafiá-lo, declarando que o rosto por trás do elmo não era seu amigo. (…) O rei ficou furioso , e até mandou o filho, o príncipe-dragão, procurar o homem, mas tudo que encontraram foi seu escudo pintado (A Tormenta de Espadas, cap. 24, Bran II).

Não temos indicação clara de com qual casa ele iria se alinhar: a de seu mentor e amigo Rhaegar Targaryen ou de seu parceiro de bebida e senhor Robert Baratheon. Mas talvez o lema da casa Lonmouth pode ser uma dica de que Sor Richard de fato escolheu um lado.

“A Escolha é Sua”

No seu papel de carrasco da Irmandade, Limo constantemente cumpre sentenças baseadas em escolhas. No caso de Merrett Frey, ele dá a escolha à Senhora Coração de Pedra:

— Ela não fala — disse o homem grande do manto amarelo. — Vocês, malditos bastardos, cortaram a garganta dela fundo demais para isso. Mas ela lembra-se. — Virou-se para a morta e disse: — O que diz, senhora? Ele participou? (A Tormenta de Espadas, cap. 81, Epílogo).

No “julgamento” de Brienne, a escolha é dada pelo nortenho, enquanto a sentença é executada por Limo:

O nortenho disse:

— Ela diz que deve escolher. Pegar a espada e matar o Regicida ou ser enforcada como traidora. A espada ou a corda, ela diz. Escolha, ela diz. Escolha (O Festim dos Corvos, cap. 42, Brienne VIII).

Limo está envolvido em escolhas dadas pela Irmandade, enquanto há também evidências que permitem especular outras escolhas fatídicas no seu passado. Enquanto “escolhas” podem ser vistas como um tema central em As Crônicas de Gelo e Fogo, o fato de que isso seja proeminente no lema de uma casa pequena parece quase como uma bandeira dizendo “olhe isso mais de perto”! E olhar mais de perto, nesse caso, definitvamente me levou a teorizações interessantes.

Pisando em território especulativo com o tema de “escolhas”, vou sugerir que Richard escolheu o seu senhor, Robert Baratheon, e lutou por ele na Rebelião. Logo depois que Arya, Gendry e Torta Quente são capturados pela Irmandade, a companhia chega à Estalagem do Ajoelhado. Aqui, a esposa do estalajadeiro serve cerveja para os jovens, porque ela não tem leite ou água para oferecer:

Limo, Arya Stark, Torta Quente e Gendry, por mustamirri

— A água do rio tem gosto de guerra, com todos os mortos que vem à deriva. Se lhes servisse uma tigela de sopa cheia de moscas mortas, vocês a tomariam?

— Arry tomaria — disse Torta Quente. — A Pombinha, quero dizer.

— E Limo também — sugeriu Anguy, com um sorriso manhoso. (A Tormenta de Espadas, cap. 13, Arya II).

Por que Anguy diria uma coisa dessas? Poderia ser que Limo já esteva à deriva no rio junto com cadáveres? Muito tempo depois, na Ilha Quieta, o Irmão Mais Velho conta a Brienne a história de quando praticamente morreu depois da Batalha do Tridente, mas foi levado pela correnteza, sobreviveu e nasceu para uma nova vida. Pode ser que algo parecido tenha acontecido com Limo?

Mais tarde, Limo revela ter conhecimentos locais que podem indicar que ele esteve na região quando esses eventos ocorreram:

— Os filhos de Lorde Lychester morreram na rebelião de Robert — resmungou Limo. — Alguns de um lado, outros do outro. Desde então, não anda bom da cabeça. (A Tormenta de Espadas, cap. 22, Arya IV).

E por fim, no Pêssego, o bordel que fica no Septo de Pedra, onde Robert pode ter se escondido antes da batalha, Tanásia tem algo a dizer para Limo:

— (…) Limo, é você? Ainda usa o mesmo manto maltrapilho, há? Eu sei por que é que nunca o lava, ah, se sei. Tem medo de que o mijo saia todo e a gente veja que na verdade é um cavaleiro da Guarda Real! (A Tormenta de Espadas, cap. 29, Arya V).

Se Limo é Richard Lonmouth, é possível que ele tenha estado no Septo de Pedra com Robert e seja conhecido de Tanásia por essa ocasião. Se ela sabia que ele era um cavaleiro a serviço do homem que se tornou rei, isso poderia explicar sua piada sobre a Guarda Real. Mas por que ele desapareceu então? Minha especulação nos leva de volta a O Festim dos Corvos, no capítulo de Brienne. No capítulo 25, Septão Meribald descreve para Brienne, Pod e Sor Hyle, a turbulência interna de um homem quebrado:

— (…) (A)té mesmo um homem que sobreviveu a cem batalhas pode ser quebrado como se a centésima fosse a primeira. Irmãos veem irmãos morrerem, pais perdem filhos, amigos veem amigos tentando segurar  suas entranhas depois de serem atingidos por um machado. (…)Eles adquirem uma ferida, e quando essa está quase se curando, adquirem outra. (…) E um dia eles olham ao redor e percebem que todos os seus amigos e parentes se foram. (…) E os cavaleiros vêm até eles, homens sem face vestidos em aço, e o trovão de ferro que carregam parece encher o mundo… e o homem se quebra (O Festim dos Corvos, cap. 25, Brienne V).

Meribald deixa claro que qualquer um pode quebrar, a qualquer momento. Todo homem tem seu limite, e é possível que Sor Richard tenha encontrado o seu após a Batalha do Tridente. Duas referências me fazem pensar que foi isso que aconteceu com Limo:

Limo Manto Limão por Mike Capproti

— Que se dane com isso — disse Limo Manto Limão — Ele também é o nosso deus, e vocês devem a nós suas miseráveis vidas. E o que tem ele de falso? Seu Ferreiro pode reparar uma espada quebrada, mas será que consegue reparar um homem quebrado? (A Tormenta de Espadas, cap. 39, Arya VII).

— Não é a única pessoa com ferimentos, Senhora Brienne. Alguns de meus irmãos eram bons homens quando isto começou… (O Festim dos Corvos, cap. 42, Brienne VIII).

Já sugeri que o comentário provocativo de Anguy pode indicar que Limo esteve no rio com cadáveres em algum momento. Suponhamos que Richard Lonmouth tenha caído no rio após a Batalha do Tridente, como aconteceu com o Irmão Mais Velho. Se ele foi recolhido e cuidado por uma pessoa boa e generosa, levaria algum tempo até que ele pudesse receber notícias sobre o que aconteceu na batalha e depois dela. Será que ele ficou devastado ao saber que seu amigo, o príncipe, havia sido morto por seu senhor? Será que a culpa de sua escolha se tornou um peso para ele? Isso com certeza seria o suficiente para fazê-lo quebrar. Mas eu acredito que haja ainda mais elementos em jogo aqui. Estou especulando que Sor Richard escolheu o lado vencedor, mas então, por que ele não apareceu em nenhum momento para receber a devida recompensa de seu senhor e novo rei? Assumindo que Limo seja Sor Richard, acredito que a explicação por trás de seu ódio pelos Lannisters seja a peça que faltava para completarmos o quebra-cabeça. Não sabemos exatamente por que Limo os odeia tanto, ou se Richard Lonmouth era casado, mas sabemos que Limo era casado, e teve uma filha:

— Quero minha mulher e filhas de volta — disse o Cão de Caça. — Seu pai pode me dar isso? (O Festim dos Corvos, cap. 42, Brienne VIII).

Se seguirmos assumindo que Limo e Richard são a mesma pessoa, vou propor que a família de Richard Lonmouth estava em Porto Real durante a Rebelião. Talvez sua esposa viesse de uma família lealista, ou talvez eles tenham pensado que seria um lugar seguro para se estar. Mas nós sabemos que os Lannisters saquearam a cidade e que não houve misericórdia para ninguém, da família real até a plebe mais pobre. Poderia ser que sua esposa e filha estivessem entre as vítimas? Isso poderia explicar a vontade dele de enforcar “leões” e, julgando pelo seu comentário, a associação deles com a perda da família. Então, com os Lannisters sendo a nova família adjunta de seu antigo senhor, pode ser que isso tenha tornado impossível para ele se revelar e servir Robert publicamente.

Uma revelação dessas iria requerer algum propósito narrativo. Então, voltemos ao Torneiro de Harrenhal e ao juramento do cavaleiro das caveiras e beijos de desmascarar o Cavaleiro da Árvore que Ri (que quase todos nós já assumimos ser Lyanna Stark). Sabemos que GRRM usa paralelos temáticos em sua narrativa com frequência. Nós também sabemos que Arya tem certa semelhança com sua tia:

— Lyanna poderia ter usado uma espada, se o senhor meu pai divesse permitido. Você por vezes faz com que me lembre dela. Até se parece com ela (A Guerra dos Tronos, cap. 22, Arya II).

“Knights of Hollow Hill” por C. Griffin © Fantasy Flight Games.

Olhando para algumas das interações entre Arya e Limo, um incidente em particular se destaca. Quando Arya descobre que ela é, na verdade, prisioneira da Irmandade, ela tenta fugir:

Em suas costas, os fora da lei praguejavam e gritavam-lhe para voltar. Fechou os ouvidos aos gritos, mas quando deu um olhar de relance por cima do ombro, quatro deles vinham em seu encalço, Anguy, Harwin e Barba-Verde lado a lado e, mais atrás, Limo, cujo comprido manto amarelo esvoaçava atrás dele enquanto cavalgava. (A Tormenta de Espadas, cap. 17, Arya III).

É fácil de imaginar uma cena parecida com Lyanna sendo perseguida em terreno similar por um grupo incluindo Sor Richard Lonmouth. Mais tarde, quase como que acenando com a cabeça para essa possibilidade, Tom canta para Arya:

Tom piscou o olho para ela e cantou:

E como sorriu e como ela riu,

a donzela do pinheiro.

Fugiu num rodopio e disse-lhe,

não quero o seu brasileiro.

Usarei um vestidos de folhas douradas,

a trança com ervas atada,

Mas você pode ser meu amor da floresta,

e eu a sua namorada. (A Tormenta de Espadas, cap. 22, Arya IV).

Aqui então, chegamos ao possível propósito narrativo de Limo ser Richard Lonmouth. Ele pode esclarecer o leitor sobre as primeiras interações de Rhaegar e Lyanna, e a razão pela qual Rhaegar coroou Lyanna como Rainha do Amor e da Beleza. Pode também, se ele tiver continuado como um dos confidentes do príncipe, esclarecer os eventos posteriores. No mínimo, ele seria um dos poucos presentes do torneio de Harrenhal que ainda está vivo. Isso o colocaria na mesma categoria de Howland Reed, a de “alguém que sabe demais”.

Concluindo, Ser Richard Lonmouth, cujas cores da casa são preto e amarelo, nunca mais é mencionado após sua rápida aparição no Torneio de Harrenhal. Durante a Guerra dos Cinco Reis, um fora-da-lei sem nome ou história conhecidos aparece nas Terras Fluviais, vestindo um característico manto amarelo de tecido pesado (e aparentemente, caro). Em sua jornada, Limo é associado com beijos e escolhas, o que sabemos serem temas da casa Lonmouth. Baseado nessas associações, podemos estabelecer uma conexão entre ambos. Uma leitura detalhada nos permite entrar em algumas especulações para preencher os detalhes dos anos intermediários. E por fim, quanto à importância dessa teoria, se ele foi uma parte do grupo que perseguiu o Cavaleiro da Árvore que Ri, e alguma revelação foi feita, Sor Richard poderia ter informações interessantes sobre a história de Rhaegar Targaryen e Lyanna Stark.

Adendo (de dezembro de 2014)

Com novas informações agora disponíveis em O Mundo de Gelo e Fogo, a Supreme Court of Westeros discutindo sobre a teoria e o episódio 09 do Radio Westeros apresentando a teoria em formato de áudio, parece o momento adequado para um rápido adendo. O Mundo de Gelo e Fogo revela que Ser Ricahrd Lonmouth estava entre os apoiadores de Rhaegar na corte quando houve uma óbvia divisão entre ele e Aerys:

O apoio do príncipe Rhaegar vinha dos homens mais jovens da corte, incluindo Lorde Jon Connington, Sor Myles Mooton de Lagoa da Donzela e Sor Richard Lonmouth. Os dorneses que vieram para a corte com a princesa Elia também eram da confiança do príncipe, em particular o príncipe Lewyn Martell, tio de Elia e irmão juramentado da Guarda Real. Mas o mais formidável de todos os amigos e aliados de Rhaegar em Porto Real ecertamente era Sor Arthur Dayne, a Espada da Manhã (O Mundo de Gelo e Fogo, O Ano da Falsa Primavera).

Já que essa descrição vem durante uma discussão sobre política da corte e conspirações em época próxima ao Torneio de Harenhal, a implicação parece ser que Lonmouth apoiava mudanças de regime. Também de O Mundo de Gelo e Fogo vem a forte sugestão de que Lonmouth acompanhou Rhaegar para as Terras Fluviais na fatídica missão que culminou no desaparecimento de Lyanna Stark:

Com a chegada do novo ano, o príncipe herdeiro pegara a estrada com meia dúzia de seus amigos e confidentes mais próximos, em uma jornada que acabaria por levá-los de volta às Terras Fluviais. A menos de sessenta quilômetros de Harrenhal, Rhaegar encontrou Lyanna Stark de Winterfell e a levou consigo, acendendo um fogo que consumiria sua casa, seus parentes e todos aqueles que ele amava — além de metade do reino. (O Mundo de Gelo e Fogo, O Ano da Falsa Primavera)

Vamos revisitar a informação dada por sor Barristan: “O escudeiro do Príncipe Rhaegar foi Myles Mooton, e depois Richard Lonmouth. Quando ganharam suas esporas, foi ele mesmo quem os armou cavaleiros, e permaneceram companheiros próximos“.  Tendo isso em mente, combinado com as informações de O Mundo de Gelo e Fogo, podemos supor que essa meia dúzia de companheiros eram provavelmente Arthur Dayne e Oswell Whent (como já revelado no aplicativo A World of Ice and Fire), Mooton e Lonmouth (ambos identificados como companheiros de Rhaegar em mais de uma ocasião), e talvez Connington e o príncipe Lewin Martell, que é indicado como um dos maiores apoiadores de Rhaegar em O Mundo de Gelo e Fogo.

Dado o resultado da situação de Rhaegar e Lyanna, com Aerys executando Rickard e Brandon Stark e pedindo a cabeça de dois de seus Senhores Protetores, propusemos que Richard Lonmouth tenha escolhido Robert na Rebelião com o objetivo de causar uma mudança de regime, o que foi indicado que ele apoiava. Lembremos que, no início, Rhaegar estava distante dos eventos, e a Rebelião era tecnicaente contra Aerys, objetivando remover um tirano progressivamente mais insano do poder. O envolvimento de Rhaegar em dado momento — sem dúvidas, por conta de seu senso de responsabilidade para com a sua casa e talvez para salvar seus filhos em Porto Real — iria cair como uma luva nos temas de “escolhas” e “homem quebrado” que discutimos antes.

Aliás, não parece que precisaremos esperar muito tempo para botar essa teoria à prova. Na última vez que vimos as Terras Fluviais em A Dança dos Dragões, uma pessoa que provavelmente conhecia Richard Lonmouth está em rota de colisão com Limo Manto Limão e é um forte candidato para fazer a revelação. Quando Jaime Lannister reaparecer, ele pode se encontrar em uma reunião surpresa com alguém de seu passado.