Update: Esse post foi atualizado em 12 de junho de 2012 com novas imagens e novos comentários (destacados com marca-texto cinza) e mais o vídeo de recap. Boa leitura e comente!

Wow! Acabou. Foi um episódio estranho, mas olha… muitas cenas foram, no mínimo, sensacionais! A seguir, leia nossa análise do último episódio da 2ª temporada, intitulado “Valar Morghulis” (dirigido por Alan Taylon e escrito por David e Dan) ✿. O texto contém citações a passagens dos livros (Fúria dos Reis e Tormenta de Espadas) que não foram abordadas na série, ou seja, spoilers em potencial. Leia por sua conta. Todos os meus comentários e comparações com os livros foram feitos somente para a gente se lembrar das passagens e ver como a adaptação funcionou. Não estou necessariamente falando que uma coisa é melhor que a outra. Esse é o última resenha da temporada e eu escrevi outras nove. Em todas as outras falei sobre todos os motivos do mundo pelos quais a série é a melhor coisa da TV hoje, e uma saga lindíssima que não merece nem um pingo das críticas superficiais que vem recebendo. Seria, portanto, redundante falar sobre isso de novo. Antes de começar, vamos recapitular?

O episódio começa bem ao estilo Lost, com a câmera focada no despertar do nosso soldado machucado preferido. Brilhantamente do fogo para a luz pura Tyrion grita por Pod, enquanto Pycelle o observa. O anão está muitíssimo vivo, embora esteja com o rosto todo enfaixado. O meistre é desdenhoso e fala que ele não é mais a Mão do rei. Perceba como ele não parece nem um pouco com um velho carcomido pelo tempo. Finais de temporada que mostram o meistre assim, todo vivão, parecem já ser tradição da série…

Na próxima cena, o cavalo de Tywin faz cocô na entrada da sala do trono. Quanta metáfora barata, mas ok. Até porque essa peculiaridade existe no livro. Joffrey proclama vovô Tywin salvador da cidade e Mão, enquanto todos assistem. O vovô meio que não liga. Dramático. Eu adoro a maneira como Joffrey senta no trono, e ele não para por aí: proclama Mindinho senhor de Harrenhall (que presentão, LOL) pelos seus serviços. Varys fica com inveja. Nos livros, além disso, Mindinho ganha a honraria de ser responsável pelas Terras Fluviais (Tridente, local administrado pelos Tully). Mas enfim… Margaery está na área. O irmão oferece ela a Joffrey, e a moça parece estar bem empolgada em conquistá-lo. Joffrey mal cabe dentro das calças de tanta lisonja. A paquera é bizarra e agressiva. Joff lembra que poxa… ele está prometido a Sansa, mas mamãe dá um jeito e fala que a menina é filha de traidor e blá blá blá. Margaery será rainha ♥. Sansa sai de cena pra rir e ser feliz escondida, mas Mindinho vem ao seu encontro, e alerta que ela não estará livre de Joff enquanto estiver ali. E que ele ajudará a levar a garota pra casa.

No livro Joff fica um pouco relutante em ter que abrir mão de Sansa, e a cena de Cersei tentando convencê-lo pareceu no livro bem mais ensaiada. No livro também tem o lance da confusão na hora de dar recompensas e perdão aos soldados da batalha. Joff acaba se cortando no trono de ferro e paga o maior mico na frente de todo mundo.

Ainda sobre Sansa e Mindinho, a série optou por substituir o papel de Sor Dontos como o galante homem que promete tirá-la daquela vida. No último capítulo de Sansa no livro, Sor Dontos (que trabalha pra alguém, é claro) dá de presente a garota uma rede de cabelo, que ele diz ser mágica e etc. Quem já leu Tormenta de Espadas e sabe pra quem ele trabalha e viu como a cena foi construída sentiu que uma das maiores surpresas do 3º livro foi quebrada aqui. Eu amo Aidan Gillen, mas senti o personagem perdido e carrancudo durante toda a temporada. Talvez, no final das contas essa nova personalidade dele venha a calhar com tudo o que será revelado sobre ele mais pra frente, pra ficar mais dramático, pra ser uma virada mais dramática.

Ros está acabadíssima e manda a ver no make pra esconder os porradões que levou. Ela está tão louca que quer até dar uns pegas em Varys. Mas o eunuco está ali pra dar uma nova proposta de trabalho pra moça… Ele realmente está puto com Mindinho. Aqui vemos portanto mais uma mudança fundamental no roteiro, talvez um link para algumas coisas que vemos no 5º livro, talvez não. Esme Bianco aguentou de tudo nessa jornada de Fúria dos Reis para TV. Espero que daqui pra frente sejam só flores e vinhos pra ela.

Perdidões no norte, Brienne e Jaime continuam sua jornada (apesar das frequentes zoadas dele em relação a ela), até que encontram com corpos de garotas-de-tavernas que serviram soldados Lannisters. Brienne resolve que irá enterrá-las, e então vozes na mata: três homens, que reconhecem Jaime. Brienne os mata. Brienne é fera. Mas gente, essa Brienne aqui é muito sangue no olho, o que é isso? Cadê nossa Brienne que não precisa matar pra derrubar alguém? Todo mundo fala das cenas de sexo da temporada, mas as de violência são tão piores e exageradas… Até Jaime ficou impressionado. Pensei que ele olharia pra câmera e mandaria um “Porra, HBO!”.

No acampamento de guerra, Robb conta para Cat que vai se casar com Talisa. Ele ama a garota. A mãe tenta colocar senso na cabeça do cara, contando sobre como ela e Ned construíram uma vida e uma família. Por ele, pelas meninas e por todos. A personagem da Catelyn acabou ficando bem maior do que o filho na série, assim como acontece no livro. Não só porque a atuação da Michelle Fairley é uma das melhores coisas que existem na série, mas por eles forçarem a barra em mostrar Robb como um adolescente inconsequente. Os olhos marejados da atriz no final da cena, sim, foi um novelão bonito que valeu a pena ver. Talvez o único do episódio. Só te pensar no prólogo do 3º livro e de como isso será feito na série, dá vontade de largar tudo e fugir para as montanhas. Vai ser o melhor final de temporada do universo. Ou não.

Em Pedra do DragãoMelisandre tá com aquela cara de “não sei o que aconteceu, gente…” e Stannis diz que as chamas dela mentiram. A presença de Stannis ao longo da série foi algo inacreditável. Primeiro a nossa estranheza por conta de terem escalado alguém bom demais pra fazer Davos. E depois, conforme os episódios foram passando, o rosto de Stephen Dillane se tornou muito mais… presente. Acho que Blackwater fez um milagre no final das contas. Foi mágico como isso aconteceu. Enfim, loucaço, ele tenta estrangular a sacerdotiza e se arrepende de ter matado o irmão. Mel diz que ele é o Guerreiro da Luz e profetiza um montão de coisas maneiras. Demais, ele é tão boboca e fica sempre altamente deliciado com as coisas que ela diz sobre seu futuro, mas tenta fingir que não quer acreditar. E então ele vê.

O fechamento desse arco do Stannis fez muito mais sentido através de imagens, apesar de não termos visto o que acontece nas chamas. Aliás, tudo o que fizeram com as chamas da Melisandre para a TV ficou sem sal. Pelo menos por enquanto, né? Já a sombra… é engraçado, mas a maioria das pessoas (principalmente os new viewers) não acharam a cena da sombra bacana. Eles se lembram dela com nojo. Eu achei, o nascimento, uma das coisas mais fantásticas e bonitas que essa temporada trouxe. A série, inclusive, colaborou muito para o crescimento de quem é Stannis e até pra gente ter uma ideia mais pé-no-chão de Melisandre. Pelo menos até o 3º livro, ela somente é descrita como uma mulher… vermelha. Bem clichezão tipo Brumas de Avalon. Depois nós a conhecemos melhor… depois de muito tempo. O mais bacana disso eu já disse sobre Stannis e também serve pra ela: ninguém gostou da caracterização desses dois no começo. Eu confesso que fui uma dessas pessoas. Mudei completamente de opinião depois do 4º episódio. No próximo livro eles vão atuar mais com questões místicas e depois para o núcleo de Muralha (isso, talvez só em 2014, na segunda metade do livro). Vai ser sensacional.
Em Winterfell… Theon está cercado. O que sobrou do desastre que foi essa adaptação desse personagem foi a ótima atuação do Alfie. O que é perturbador, porque a gente acha que o ator é doido que nem ele. Ele diz que matará a todos enquanto chora, reclama sobre a infância e ouve as vuvuzelas (!) de guerra (dizem até que era Boromir do lado de fora, alertando geral contra os orcs). Não é cômico, nem trágico. Não á nada. Mas rola algo bacana aqui. A sugestão de que ele poderia integrar a Patrulha da Noite se quisesse. Um dos momentos mais “e se…” que eu sempre falo aqui. É engraçado quando ele fala que “foi longe demais pra fingir ser outra coisa agora”. Porque é verdade, não só pelo personagem mas para os rumos dele na série. Tipo “chegamos até aqui, agora vocês vão ter que me engolir assim mesmo”. E bom, aí tem aquele discurso meia boca e pirado dele para os homens de ferro, e Boca-Rachada acaba “apagando” ele. Além disso, esse puto fere Luwin. No livro é só aqui que Sor Rodrik morre, tem o lance da sacanagem que Theon faz com a filha do castelão e tem… batalha. Na série não. Tem ainda nessa bagunça muito coisa que vai precisar ser esclarecida e apresentada. Fora o escudeiro do Theon que nunca deu as caras direito, o mudo Wex. Esse garoto aqui, no 5ª livro… :D.

No novo quartinho de Tyrion, rola um mini comitê pra saber porque Mandon Moore tentou matar o anão. A sugestão mais óbvia, é de que foi a mando de Cersei, segundo Varys. Bronn sumiu e perdeu o emprego. Os homens dos clãs fizeram o caminho da roça e Varys diz que também tá saindo fora da vida dele. Poucos sabem que a cidade foi salva por conta dele, primeiramente. Shae chega e o anão fica arredio, mas acaba mostrando a ela sua cicatriz. A gente já tinha uma ideia de que não estragariam muito o rosto dele, e que não mexeriam no seu nariz. Quem não gostou, assiste de novo. O negócio tá feio, é enorme e em carne viva. Pobre Tyrion 🙁 Mas a gente só vai saber mesmo na próxima temporada, quando o machucado cicatrizar. Nos livros, lembro que ele mal conseguia se levantar de tanta dor que sentia. Por um momento pensei que ele aceitaria fugir com Shae, mesmo sabendo que a história dele será beeeeem diferente no ano que vem. Ele sabe que ama aquele lugar horroroso e podre. Só o que não deu pra engolir foi ele chorando. Gente, particularmente, exceto pela cena no bosque sagrado e a da Catelyn, ninguém que tenha chorado nesse final de temporada me comoveu. Falando ainda sobre o livro, Tyrion passa muito tempo embriagado de leite de papoula aos cuidados de meistre Ballabar.

Ainda nos embalos do amor, a série mostra o casamento de Robb e Talisa perante a Fé dos Sete. Enquanto nos livros aparentemente Robb se casa com Jeyne por honra, na série ele se casa com ela porque tá amarradão mesmo. Acho que essa cena serviu pra mostrar um pouco mais da religião e tal. E pra terminar o arco do Robb com uma mensagem de “o amor venceu” mas até quem não leu o livro 3 já começa a sentir que vem aí uma merda das grandes! Em Game of Thrones é sempre assim. Depois da calmaria vem explosões, em todos os sentidos. E nessa temporada, vamos combinar, Robb aproveitou bem a vida. Ainda não acredito que o episódio terminou e ele e Cat ficaram sem saber da morte dos meninos. Teria sido tão mais caótico e legal. O casamento teria, inclusive, outra pegada. Mas a HBO não está me pagando pra escrever a série, deixa eu voltar aqui pra realidade.

E aí tem a Dany né, gente. Putz… essa parte vai ser difícil de escrever aqui. Vamos lá:

Dany chega com sua galera do mal pra ver qual que é a da Casa dos Imortais. Ao chegar ela não sabe por onde entra e fica rodando, rodando, rodando e o lugar acaba deixando que somente ela entre. Detestei como durante toda a temporada o Pyat Pree promoveu o lugar como se fosse um complexo de diversão de Essos. A chamada “Venha para a Casa dos Imortais” rolava em todo o santo episódio, como se fosse um anúncio publicitário. Isso só serviu pra piorar a situação dos espectadores que estavam esperando um negócio bizarro de outro mundo! Quem leu os livros estava esperando fidelidade e as profecias originais, viagem de ácido, bebida azul e a Canção de Gelo e Fogo. A série não deu tudo isso, de uma maneira bonita, mas muito… inesperada e quieta. (Não vou me aprofundar no original aqui, a Lidiany fez isso no ano passado, clique aqui para ler.)

Pra começar ela entra no lugar já puta da vida. Há ódio em sua voz. Isso foi muito maneiro. E então ela escuta o chamado dos dragõezinhos e segue o som. A primeira porta que khaleesi encontra dá para uma ante-sala com mais inúmeras portas e ainda um subnível no chão que está fechado. É tudo bem escuro, dá até medo quando se assiste pela segunda vez. Ela escolhe uma porta e a abre.

A garota entra em uma dimensão fria. O inverno chegou. É a sala do trono, abandonada e coberta por uma delicada camada de gelo (e sim, talvez poeira, mostrando o que possívelmente os dragões fizeram a Porto Real… porque não? Mas… misturar gelo com neve em uma sala sem cor fica meio difícil de destinguir…) , o teto está completamente destruído. Apesar disso, a estrela da Fé dos Sete ainda brilha. Antes de tocar no trono de ferro ela resolve continuar seguindo a voz de seus dragões e acaba vislumbrando também pela primeira vez o outro lado da Muralha. Neva muito. No meio do nada ela encontra uma barraca, e quando ali entra se depara com Khal Drogo e o Little khal Rhaego. Perceba como em nenhum momento ela parece seduzida pelo que vê. Saudosa sim, mas não o bastante. Eles conversam, é tudo muito fofo. Quando ela sai da barraca seguindo o som dos dragões, entra em uma outra ante-sala idêntica a primeira. Ali estão acorrentados os seus três dragões. Parabéns pra quem teve as manhas de confeccionar algemas tão pequeninas. Muito bom, cara! A maneira como Drogon, Rhaegal, and Viserion olham para a mãe é bem interessante. Pyat Pree entra na sala, faz uma magia maluca, acorrenta Dany e dá uma de louco, falando que ela ficará ali por milhares de anos e etc. Os dragões sentem que o cara é evil e já dão aquela encarada sensacional. Dracarys. A cara de Pyat é… impagável. A maneira como os dragões começam a queimar o homem vivo parece sair de dentro de Dany, como uma força única. As correntinhas estão queimadas. Pyat Pree virou cinzas. Drogon parece satisfeito.

Vamos as possíveis interpretações:
Cinzas: Daenerys voltará a Westeros para assumir o trono, e choverá fogo sobre seus inimigos. Isso provavelmente significa que ela possui o potencial de Aegon, o Conquistador. Ou pode significar que ela é simplesmente uma força de destruição que vai colocar o reino em ruínas, e a sala do trono está vazia porque ninguém se sentará lá. Nem ela. Afinal de contas, quando ela quase conseguiu tocar o trono, surge ali um senso claro de perigo.

Gelo: O inverno chegou e não sobrou pra ninguém, the end. Dany deixou a sala do trono depois de sentir este perigo e viu-se ao norte da Muralha. Talvez, Dany esse instinto já revele que os dragões precisarão lutar com Patrulha da Noite. Mas não vemos nada lá, então não está claro qual o papel que ela e os dragõezinhos farão nesse futuro tão sombrio. Há aqui um subtexto fortíssimo de que o trono não se sustentará quando o inverno chegar. 

Khal Drogo: À primeira vista e cena parece ser um pedacinho do que a vida dela poderia ter sido. Muito acreditam que na verdade e cena é o que ainda estaria por vir, mas de uma ótica altamente simbólica. A tenda está para lá na Muralha, o que indica que definitivamente o destino dela se encontra ali. Ela se lembra das palavras da Maegi: “When the sun rises in the west and sets in the east…then he will return, and not before.”. Ou seja, Drogo nunca voltará. Nunca. Quando ela parte, perceba como ele volta ao seu estado vegetativo e contemplativo.

Bom, sobre a Casa dos Imortais na TV, posso dizer ainda que, muito provavelmente, as profecias e flashbacks serão inseridos em cenas futuras da Dany, talvez aos poucos, talvez nem todas. Mas duvido muito que, apesar de tudo, a série nos privará dessas narrativas com cenas mais mágicas e mais especulativas.Quanto aos outros personagens…

Jaqen H’ghar está no top de uma colina observando Arya, Torta-Quente e menino Gendry. Ele chama a garota para aprender tudo o que sabe sobre matar homens em Bravos. Ela fala que seu professor de dança era de lá e ele zomba, dizendo que ser um Homem sem Face é algo completamente diferente. A ideia de poder matar todos os nomes que ela deseja seduz muito Arya, mas ela ainda sonha em encontrar a família. E então, Jaqen diz que tem mais o que fazer por aí na vida e presenteia a garota com a famosa moeda dos livros e as palavras valar morghulis. Antes de partir de vez, ele muda de rosto. Jaqen gatinho fará muito falta. Sério, ele foi uma das melhores coisas da temporada. Acho que o ator nem faz ideia do quanto ele agregou à série.

Falando na família de Arya… em Winterfell Osha resolve sair do nada pra ver o que tá rolando e BUM! O lugar virou cinzas. No livro, eles só saem da cripta depois que Rickon e Bran investigam o que aconteceu através dos olhos de seus lobos. A falta de amor em mostrar uma ocupação/destruição bacana em Winterfell foi sentida até por quem nem é tão fã assim da série. Muitas, MUITAS pessoas vieram perguntar pra gente o que foi que aconteceu. Nos livros há de fato um motivo, um traidor, um vilão: Ramsay Bolton. A série não mostra nada, só vemos o lugar queimado e poucos gatos pingados mortos, aqui e ali. Se vão mostrar o que aconteceu ano que vem eu realmente não sei, mas a série tentou deixar a dúvida nos espectadores, isso é claro. Foram os ironborns ou os homens de Bolton? Ou sei lá, Rickon e Cão Felpudo em um dia de fúria?

Mas daí… os lobões começam a chorar, e quando eles vão ver o que tá acontecendo, meistre Luwin está morrendo, deitado nas raízes daquela maravilhosa árvore-coração, a única coisa que sobrou ali. Ai que triste 🙁 Esses dois garotinhos Stark são a únca coisa representando que dentro do universo dessa série ainda existe a inocência, o amor puro, a família e etc. Ainda não sumiram com Rickon e nem sei se isso vai acontecer. Sem Jojen e Meera fica muito difícil tentar adivinhar. Seria bacana se mantivessem Rickon e seu lobo junto com Bran em sua jornada. Apesar de tudo, os poucos segundos que mostraram a ruína de Winterfell foram momentos muito bonitos, em fotografia e direção. A partida de Bran para a Muralha é levada por outras circunstâncias no livro: Os Reed, os sonhos, a saudade de Jon.

Ao norte da Muralha, os selvagens estão levando Qhorin e Jon para Mance. No meio do caminho Qhorin percebe que não há mais tempo e resolver agir logo. Dá um porradão em Jon e xinga a mãe dele. Tipo 5ª série. Apesar de não ter ficado explícito pra Jon antes, tive a sensação completa de que Qhorin, assim como no livro, deu a vida para que Jon fosse para o outro lado ser agente duplo. Infelizmente Jon não percebeu isso antes, e matou Qhorin com ódio, e não como um puta fardo bizarro e injusto que ele teria que fazer. Mas assim, dessa maneira não tem como os selvagens desconfiarem de Jon, at all. Antes de morrer, Qhorin dá a última dica e Jon finalmente se toca: “Nós somos os Vigilantes da Muralha”.

Jon agora é um deles, um homem livre. Mas… ele é um vigilante da Muralha também. Ygritte não percebeu o que aconteceu ali, mas gamou no João. Hora de conhecer o Rei Além da Muralha. Qhorin é a representação de tudo o que um Patrulheiro deve ser. Ele dá a vida pela vigilância. Se você não entendeu isso na série, é uma pena. Por que tanto Qhorin quanto Jon nos livros são sensacionais nesse aspecto. Há no livro a cena em que Qhorin diz pra Jon exatamente o que ele deve fazer, eles fazem o juramento, é muito mais legal. Mas…

Dany invade o quarto de Xaro, onde ele dorme com Doreah, aquela bandida! Vocês falaram tanto e eu não quis acreditar, mas é verdade. A chatinha da Irri, no final das contas, era a mais leal. Eles abrem o baú do milhão de Xaro, que está vazio. Dany agradece pela lição que aprendeu com aquele charlatão de uma figa e aprisiona os dois lá dentro, destinados a apodrecer por toda a eternidade. À maneira dothraki, Dany termina sua saga saqueando geral pra comprar navios, provisões e etc.

A cena final e arrebatadora fica por conta do núcleo do Punho dos primeiros Homens. Edd, Grenn e Sam estão ali sendo eles mesmos e falando sobre Gilly. E então a corneta sopra uma vez. E depois uma segunda vez. E então… uma terceira vez. Caminhantes brancos! Corram por suas vidas! Sam é gordinho e não consegue alcançá-los na corrida contra a coisa mais assustadora do universo, sem saber o que é, enquanto a neve e uma névoa terrível o cegam. Vultos se aproximam. E quando todo mundo pensou que a cena acabaria aqui… eles chegam, cada vez mais perto. Sam consegue ver claramente: vários homens já há muito mortos com os olhos azuis e frios. Montado um cavalo completamente apodrecido, um white walker sinistraço com uma espada de gelo dá uma encarada misteriosa na direção de Sam. E só. Ele então segue, depois de um grito sinistro, acompanhado de um verdadeiro exército de mortos-vivos. Sobem os créditos.

Essa cena final é prólogo do livro 3, um ponto de vista do patrulheiro Chett. Ele odeia Sam e pretende matar o Ursão Mormont com a ajuda de outros. Quando ele entra na cabana de Sam para tentar matar o garoto… a corneta sopra. E o capítulo acaba aqui. O que acontece depois disso envolve os povs de Sam e a série tratou isso de maneira muito diferente: Sam Matador! O que acontecerá, bem, só saberemos em abril de 2013. Não vou me aprofundar nesse aspecto de Tormenta de Espadas aqui. Leia o livro. E uma dica fundamental: quem terminou de assistir a segunda temporada sem ter lido nada e tá pensando em encarar o Tormenta de Espadas por conta da ansiedade… não faça isso. Essa temporada fugiu muito dos detalhes da história original e você ainda não foi apresentado a inúmeras personagens. Sim, é verdade. Pelo menos Fúria do Reis você vai ter que ler antes de continuar.

Definitivamente um episódio de fechamento, que preza por tentar desajeitadamente fechar os arcos das personagens de maneira branda. Enquanto no ano passado em Fire and Blood acabamos o ano com personagens partindo rumo a sua aventuras individuais, esse ano o roteiro se esforçou pra fazer parecer isso, mas o episódio foi literalmente frio demais pra deixar todo mundo empolgado. Nem a maravilhosa aparição especial de Khal Drogo ou a arte sensacional dedicada ao White Walker misterioso conseguiu trazer a sensação orgasmática que sentimos no desfecho da primeira temporada. Eu fiquei de queixo caído na última cena. Mas gente, e o resto? Tem muito a ver com o roteiro do segundo livro ser paradão mesmo, sem dúvida, mas a maneira com que o episódio abordou a Casa dos Imortais deu a entender que todas aquelas profeciam não eram… importantes. E talvez realmente nem sejam por enquanto. Acho que foi isso que mais deixou todo mundo com uma sensação de “não fui saciado”, esse choque de realidade. Não sei sinceramente se ela poderia ser adaptada assim ou assado, com ou sem recursos. Só sei que David e Dan já sabem o final da saga dos livros, e isso pode ter influenciado drasticamente a abordagem desse cena tão histórica na vida da Dany. Com isso, digo aqui sem sombra de dúvida de que Valar Morghulis foi um episódio difícil de ser criado, e que isso ficou muito claro.

O que sabemos, pelo menos, é que há a especulação de que Aerys está sendo escalado (veja aqui). O que nos mostra a possibilidade de que todas as profecias que envolvem Dany (e incluo aqui os sonhos de Bran, flashbacks de Jaime e etc) tomarão outra forma na próxima temporada. Definitivamente não vai acontecer como está escrito. Os próximos anos sem sombra de dúvida vão precisar sambar para a adaptação de Tormenta de Espadas e, com certeza, teremos grandes surpresas boas como tivemos esse ano também. Mais do que nunca é necessário o desapego, porque até agora não houve nenhum indício de que os produtores se importem muito com os aspectos históricos de Westeros. Mesmo muito embora é nesse subtexto de Martin que você começa a entender o significado de o que é a canção de gelo e fogo. Na série, eles estão mais ocupados em mostrar o que é a guerra dos tronos. Pelo menos até aqui.

A maravilhosa adaptação de Jaqen, a atuação perfeita de Maisie Williams, a nova abordagem de Sansa, a beleza de Talisa, a boca suja de Ygritte, a sombra, os 60 minutos de Blackwater, o potencial dos dragões e claro, os Caminhantes Brancos. Tudo isso foi a segunda temporada. Lembrem-se sempre disso. E poxa, o White Walker novo é bem diferente do que a gente viu no 1º capítulo de Game of Thrones, é verdade. Mas ah, tanta coisa mudou…

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