Nesse post, segue a minha opinião sobre o primeiro game lançado sobre As Crônicas de Gelo e Fogo: “A Game Of Thrones Genesis”, da Cyanide Studio, editado pela Focus Home Interactive.
Espero que curtam.
“A Game Of Thrones: Genesis” inicialmente foi motivo de grande entusiasmo por parte dos fãs, mas depois que algumas imagens começaram a ser publicadas na net as pessoas foram se desanimando com a qualidade dos gráficos e etc. As críticas depois do lançamento também não ajudaram muito pois foram negativas em sua maioria. Bom, o jogo é aquilo ali mesmo. (Mas se levar em conta que é um jogo de estratégia, os gráficos são até regulares.)
Quando inicia o game você pode optar pelo modo campanha tradicional, um tutorial (que eu pulei, naturalmente) e o modo “House VS. House”, onde estão disponíveis vários cenários, dentre eles, um em que você controla umas das Oito Casas (Stark, Lannister, Targaryen, Baratheon, Tyrell, Martell, Tully e Arryn) cada uma com suas particularidades, e precisa ganhar mais prestígio do que as outras forjando alianças, fazendo vítimas e ganhando dinheiro para que assim então possa chegar ao cobiçado Trono de Ferro.
Se você quer um jogo com muita história, claro, o game é uma boa pedida, principalmente para os fãs dos livros e da série, sendo uma ótima oportunidade para conhecer tudo o que aconteceu antes do início da saga, passando pela aclamada “Dança dos Dragões”, pela rebelião de Robert Baratheon e muito mais, chegando até a luta para proteger o reino das ameaças que espreitam ao norte da Muralha. A campanha se inicia com o desembarque da rainha dos Rhoynares, Nymeria, na costa de Dorne, o que aconteceu antes mesmo da chegada de Aegon Targaryen e seus dragões. De começo, é preciso seguir ordens da rainha que pede para que você envie diplomatas aos vilarejos próximos a fim de conquistar aliados, e como se isso já não bastasse, depois, você precisa enviar espiões para garantir que seus aliados não traiam sua confiança, o que é uma tarefa demorada e repetitiva. Depois disso, passamos para o comando de Mors Martell, e temos que recomeçar o ciclo todo outra vez, lutando com um pequeno exército ou outro nos intervalos, e assim por diante…
(Quem já jogou ”Medieval: Total War” vai encontrar até certa semelhança entre os games)
Outro ponto negativo é a interface do jogo. Os comandos e a organização das unidades na tela (bem como os ícones que representam cada uma, que são muito parecidos) podem confundir qualquer um no início até que esse se acostume. Os exércitos e unidades vão sendo apresentadas lentamente no decorrer do single player, que como em outros títulos do gênero, parece mais um longo tutorial dividido em capítulos. A jogabilidade também atrapalha um pouco entre mudanças de câmera e clicks com o mouse.
Por outro lado, personagens como Eddard Stark, Robert Baratheon e Thoros de Myr, bem como os desenhos dos castelos e fortes de Westeros são mostrados exatamente como nas descrições de Martin, nos livros. E o mapa do continente, fora alguns erros de proporção (A Muralha), foi construído de forma extremamente fiel à geografia dos Sete Reinos. (Claro que devemos levar em consideração que é um game de estratégia, por isso nada de cenários bem detalhados). E o storyline é perfeito.
Infelizmente não consegui jogar nada no modo Multiplayer, o que me faz acreditar que poucos possuem o game. Mas uma boa solução pra isso foi colocar as outras sete casas no modo “Hard”, controladas pelo PC. A campanha em si é bem fácil e não supõe nenhum desafio.
Resumindo, “A Game Of Thrones: Genesis” é bem mais “Jogo” do que “Guerra” dos Tronos propriamente dita. O jogo meio que traduz bem as intrigas que caracterizam a obra de GRRM, e talvez esse tenha sido o maior erro dos realizadores, na minha opinião. Eles tentaram ser tão fiéis às Crônicas que acabaram pecando no excesso de diplomacia desmedida presente nos livros (O que é um ponto interessante, na leitura, mas que se torna algo maçante quando nos referimos ao RTS)
A minha impressão é de que “A Game Of Thrones: Genesis” é um título produzido muito mais para os fãs de GOT e ASOIAF do que para o público gamer em geral.
Então, segue um aviso para quem ainda não jogou e que espera um jogo de estratégia repleto de Fogo e sangue (citando as palavras da casa Targaryen): “AGOT: Genesis” tem muito pouco de ambos, mas, com a paciência necessária, pode ser um bom modo de se passar o tempo.
? Nota: 7,0 / 10 – Por que eu sou fã da série e dos livros, principalmente.